Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Carlos, Elizete Pereira
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Orientador(a): |
Ramos, Andréia Aparecida de Miranda
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Banca de defesa: |
Ribeiro, Bruno Chapadeiro
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Gonçalves, Ângela Maria Correa
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado Profissional em Saúde da Família (Profsaude)
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17692
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Resumo: |
O trabalho em saúde tem sido apontado como atividade ocupacional de significativo estresse. A especificidade do cuidado no trabalho dos serviços de saúde, as exigências da atividade e o não reconhecimento do trabalho, principalmente no setor público, expõem o trabalhador da saúde ao estresse. Os objetivos deste estudo foram conhecer as condições de saúde mental dos profissionais da atenção básica no município de Leopoldina/MG; descrever a ocorrência de transtornos mentais segundo características sociodemográficos, comportamentais e de morbidade e a ocorrência de transtornos mentais segundo características do vínculo ocupacional e condições de trabalho; comparar a ocorrência de transtornos mentais segundo a categoria profissional e a ocorrência de transtornos mentais segundo a região/bairro da Unidade Básica de Saúde. Foi conduzido um estudo epidemiológico, de corte transversal, com 120 trabalhadores das unidades da APS/AB do município de Leopoldina/MG. A coleta dos dados ocorreu no período de 10 de abril a 10 de maio de 2024. Os níveis de suspeição de TMC (transtornos mentais comuns) entre os entrevistados foram considerados como desfecho (variável dependente) e foram obtidos por meio da versão adaptada do Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). As variáveis independentes foram agrupadas em variáveis sociodemográficas, comportamentais, de morbidade e de trabalho. Para a análise dos dados, utilizou-se o pacote estatístico gratuito R versão 4.4.0. Inicialmente, foi realizada uma análise descritiva do desfecho e das exposições, por meio de suas frequências absolutas (n) e relativas (%). Em seguida, foram construídas as variáveis sintéticas oriundas das escalas da SRQ-20, IPQ e JSS. Para verificar as associações entre o desfecho e as exposições, foi realizada uma análise bivariada utilizando o teste de qui-quadrado de Pearson. Em seguida, uma análise multivariada foi conduzida por meio de regressão logística e obtidas as Razões de Chance e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. As variáveis foram estudadas considerando 1%, 5% e 10% de significância, dependendo do p-valor calculado. Foi identificada uma prevalência de 39,16% de suspeição de TMC entre os trabalhadores avaliados. Houve predomínio de mulheres 89,16% (n=107); 40% na faixa de 40-50; 54,2% se auto declarou negro ou pardo; 79,2% com renda até quatro salários mínimos; 44% com nível superior. Quanto às características de comportamento e de morbidade, o uso de medicamentos teve uma prevalência de 51,32%; uso de tabaco 33,33%; uso de álcool 36,25%; uso de serviço de saúde 20% e diagnóstico de doença 26,67%. Os dados demonstram tratar-se de uma população com longo tempo na instituição, com predominância de vínculo formal estatutário e predomínio de ausência de outros vínculos de trabalho. As variáveis que apresentaram associação com suspeição de TMC foram dias de caminhada (p-valor 0,031), liberdade de expressão (p-v 0,025), relevância do trabalho (p-valor 0,021), oportunidade de crescimento (p-valor 0,019), equidade de tarefas (p-valor 0,011), uso de medicamentos (p-valor 0,003) e equilíbrio trabalho-família (p-valor 0,000). Concluiu-se que a alta prevalência de suspeição TMC na população estudada e a correlação com as variáveis de trabalho e de morbidade podem produzir consequências, individuais e sociais, reforçando a necessidade de identificação precoce, para orientar intervenções individuais e coletivas. |