Avaliação do protocolo de higiene bucal nos pacientes em Unidade de Terapia Intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Campos, Ana Carla lattes
Orientador(a): Chaves, Maria das Graças Afonso Miranda lattes
Banca de defesa: Campos, Maria Inês da Cruz lattes, Scalioni, Flávia Almeida Ribeiro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Clínica Odontológica
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9955
Resumo: Sendo o alívio do sofrimento um componente-chave do cuidado para todos os pacientes em Unidade de Terapia Intensiva, independentemente da condição e prognóstico, abordagens baseadas em evidências para avaliação e tratamento, juntamente com sistemas de trabalho bem concebidos, podem ajudar a garantir conforto nesses pacientes. Objetivou-se avaliar, comparativamente, antes e após a aplicação de um protocolo de higiene bucal o impacto positivo desse nos pacientes em UTI coronariana e propor um protocolo sistêmico de assistência odontológica. Foram avaliados 35 pacientes, conscientes e com respiração natural em regime de internação. A história médica foi obtida através dos prontuários médicos. A avaliação odontológica sistemática incluiu o exame clínico intra bucal, condição periodontal, avaliação do fluxo salivar, com e sem estímulo, avaliação de queixas e sintomas odontológicos e a qualidade de vida relacionada à saúde oral foi investigada pelo questionário Oral Health Impact Profile (OHIP-14). A estatística descritiva foi apresentada através da média e o desvio-padrão e frequências absoluta e relativa. Na comparação entre médias, o tamanho do efeito foi avaliado pelo d de Cohen, sendo adotada a seguinte classificação: pequeno 0.20–0.49, moderado 0.50–0.79 e elevado ≥0.80. A idade média dos pacientes foi de 63,94 anos. A maioria era do sexo masculino, leucodermas, casados, aposentados, receberam dieta hipossódica na UTI e apresentaram histórico de hospitalizações anteriores. O tempo médio de estadia na UTI foi de 7,05 dias. Na avaliação intra bucal, 10 pacientes eram edêntulos, 24 utilizavam próteses e 100% delas encontravam-se sem higienização. O índice gengival mais encontrado foi o 2, que corresponde a uma gengiva com moderada inflamação e sangramento à sondagem. O índice médio de placa bacteriana foi de 27,8. Na avaliação do fluxo salivar, os pacientes apresentaram valores compatíveis com hipossalivação. O valor médio para o OHIP-14 foi de 2,2, destacando-se o impacto negativo da saúde oral na incapacidade psicológica e limitação funcional. No momento da avaliação, apenas 3 pacientes (8,57%) apresentaram espontaneamente uma queixa odontológica. Apesar disso, outros sintomas foram evidenciados através dos questionários aplicados: sensibilidade dentinária, halitose, xerostomia e sintomas de Desordem Temporomandibular. Após aplicação do protocolo, observou-se impacto positivo de elevada magnitude na redução do impacto da saúde oral sobre a qualidade de vida, aumento da quantidade de saliva, redução do ressecamento da boca e lábio e aumento do fluxo salivar. O estudo demonstrou uma melhora da condição clínica dos pacientes avaliados após aplicação do protocolo de cuidados orais, bem como melhoria da qualidade de vida, evidenciando a importância do Cirurgião Dentista no ambiente hospitalar.