Cuidado à mulher em situação de violência: demandas e expectativas das usuárias da atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Paes, Maione Silva Louzada lattes
Orientador(a): Fernandes , Betânia Maria lattes
Banca de defesa: Silva, Kênia Lara lattes, Souza, Maria das Dores de lattes, Souza, Kleyde Ventura de lattes, Almeida, Geovana Brandão Santana lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/345
Resumo: Pesquisa qualitativa, descritiva, cujo objeto de estudo consiste nas demandas e expectativas das mulheres em situação de violência assistidas na Atenção Primária à Saúde. Os objetivos da pesquisa são: analisar as demandas e expectativas da mulher em situação de violência assistida na Atenção Primária a Saúde na perspectiva do cuidado de enfermagem; descrever as situações de violência vivenciadas; caracterizar a repercussão da violência na saúde das mulheres; identificar as demandas da mulher em situação de violência em relação ao atendimento na unidade de APS e descrever as expectativas da mulher em situação de violência em relação à APS e à assistência da enfermeira. O cenário de pesquisa foi uma unidade de saúde de um município da zona da mata mineira que adota a Estratégia Saúde da Família como modelo assistencial. Participaram da pesquisa 18 usuárias que vivenciaram e/ou vivenciam a violência, na faixa etária de 20 a 59 anos, idade média de 34 anos. A coleta das informações ocorreu por meio de entrevista a partir de um roteiro semiestruturado, sendo gravadas através de mídia digital. Foram atendidas todas as exigências da Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. A análise de conteúdo temático a partir da perspectiva de gênero evidenciou três categorias: A vivência da violência e o impacto na vida das mulheres; Não reconhecimento da unidade de atenção primária a saúde como um serviço pertencente à rede de atendimento à mulher em situação de violência; Expectativas sobre a atuação da APS e da enfermeira. Os resultados demonstraram situações permeadas de sofrimento causado pela violência física, psicológica e sexual, com predomínio da violência psicológica. As entrevistadas não reconhecem a unidade de saúde como um serviço de atenção nas situações de violência vivenciadas e não fazem associação entre o processo de trabalho da enfermeira e a assistência à mulher em situação de violência. Apresentam expectativas sobre como o serviço e a enfermeira poderiam ajudá-las, sendo mencionado o desejo de serem acolhidas, ouvidas, verbalizar sobre o sofrimento e de receberem apoio psicológico. Destacaram a importância da educação em saúde na unidade abordar a violência e a necessidade de uma orientação técnica e profissional sobre os recursos e serviços existentes aos quais elas poderiam recorrer. O mesmo ocorreu nos anseios em relação ao atendimento da enfermeira, no qual se esperam sensibilidade, cordialidade, humanização e orientação. A pesquisa evidenciou o distanciamento das práticas de saúde do contexto social e modos de viver das mulheres, revelou a necessidade de implantação e funcionamento de uma rede local de atendimento a mulheres em situação de violência e ratificou que sendo o gênero elemento agravante no adoecimento das mulheres, os serviços de APS e as práticas de saúde dos profissionais precisam em caráter emergencial analisar e considerar esta categoria na atenção à saúde da mulher. Além disso, demonstrou a necessidade de resgate das características essenciais do cuidado de enfermagem e da adoção de uma abordagem diferenciada, sensível e de gênero para que o cuidado à saúde da mulher seja integral.