Deslocamentos estudantis: juventudes, trajetórias e a geopolítica do conhecimento nos intercâmbios acadêmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Azevedo, Leonardo Francisco de lattes
Orientador(a): Dutra , Rogéria Campos de Almeida lattes
Banca de defesa: Silva, Cristina Dias da lattes, Barreto, Alessandra Siqueira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1522
Resumo: As migrações, no mundo contemporâneo, têm se intensificado e se complexificado significativamente. Pessoas, objetos e ideias circulam por diferentes lugares e de distintas maneiras, redimensionando noções de espaço e tempo, de pertencimento e de configurações identitárias. A presente pesquisa, frente a esse contexto, objetivou investigar a migração estudantil através dos intercâmbios acadêmicos. Esse tipo de migração, crescente nos últimos anos, possui singularidades que afetam sobremaneira as trajetórias e percepções de quem os pratica. A partir da experiência de alunos de graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que realizaram intercâmbio estudantil nos anos de 2013 e 2014, bem como da própria experiência do pesquisador, que realizou intercâmbio em sua graduação no ano de 2011, buscou-se compreender e caracterizar esse fenômeno. Através de entrevistas e observação participante, percebeu-se que este tipo de migração possui uma correlação direta com o corte geracional. A ideia de “ser jovem” pressupõe estar disponível para viver novas experiências e incorporar ideais cosmopolitas. Entretanto, esses estudantes, ao irem para um país estrangeiro, encontram dificuldades de integração com a população “nativa”, restringindo suas interações ao universo de seus pares, ou seja, outros intercambistas. Apesar dessa condição de “estrangeiro”, o intercâmbio atua como elemento diferenciador e distintivo em relação às redes desses estudantes no Brasil. Além disso, o intercâmbio contribui para a construção de projetos de vida e para a ampliação do “campo de possibilidades” desses sujeitos, alargando significativamente suas percepções e perspectivas sobre suas próprias vidas e sobre o mundo. O “estar fora”, a experiência do estranhamento, promovem a ressignificação de uma identidade brasileira, utilizada como estratégia de diferenciação em relação aos estrangeiros. Por fim, cabe destacar esse fenômeno como parte de projetos governamentais de desenvolvimento, se inserindo no cenário global da disputa geopolítica pelo conhecimento científico.