Silenciamento do gene HOXB7 em linhagem de câncer de mama utilizando nanopartículas híbridas contendo siRNA e co-tratamento com tamoxifeno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Valle, Ana Beatriz Caribé dos Santos lattes
Orientador(a): Silva, Frederico Pittella lattes
Banca de defesa: Caneschi, César Augusto lattes, Tavares, Guilherme Diniz lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9318
Resumo: O câncer é a segunda principal causa de morte mundialmente e responsável por aproximadamente 9,6 milhões de mortes em 2018. Dentre os casos de câncer em mulheres, o câncer de mama é o segundo tipo mais comum e o que mais mata no Brasil e no mundo. Entre os tratamentos convencionais, os mais comuns são cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. No entanto, esses tratamentos promovem diversos efeitos colaterais, e por isso, terapias direcionadas estão emergindo. Entre elas, pode-se citar a terapia por RNA interferente (RNAi) que consiste no silenciamento gênico a partir da degradação do RNA mensageiro (RNAm) do gene-alvo pelo pareamento específico de pequenas moléculas de RNA interferente (siRNA). Dentre os genes chave de importância no câncer, o gene HOXB7 atua em diversas vias metabólicas do câncer de mama receptor de hormônio positivo, como sobrevivência e proliferação celular, além de atuar também, na resistência a drogas utilizadas na hormonioterapia, como o tamoxifeno. No entanto, para o silenciamento de tal gene pelo efeito de RNAi, é necessária a utilização de nanocarreadores para transpor as barreiras biológicas. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi realizar o silenciamento do gene HOXB7 na linhagem MCF7 de câncer mamário humano utilizando nanopartículas híbridas (NPs) carreando siRNA e a eficácia do co-tratamento com a droga tamoxifeno em concentrações subtóxicas. Primeiramente, nanopartículas de fosfato de cálcio estabilizadas por copolímeros em bloco contendo polietilenoglicol (PEG) foram formadas por auto-associação a partir de mistura estequiométrica dos constituintes. As NPs apresentaram diâmetros hidrodinâmicos médios de 87,9nm ± 0,9 e 104,9nm ± 0,4 e índice de polidispersividade (PdI) de 0,100 ± 0,009 e 0,123 ± 0,008 para NP-siHOXB7 e NP-mock (sem siRNA), respectivamente, com morfologia arredondada e homogênea. O potencial Zeta de ambas NPs foi próxima ao neutro, indicando a presença do polímero PEG na sua superfície. A eficiência de encapsulação do siRNA foi de aproximadamente 65%. O teste de estabilidade mostrou que as NPs foram estáveis por 7 dias quando armazenadas em temperatura de 4°C. Não houve redução da viabilidade celular de células de câncer de mama após tratamento com as NPs híbridas carreando siRNA contra o gene HOXB7 em 24h. No entanto, houve redução da viabilidade (p<0.05) das mesmas células a partir de 48h com tratamento de NPs carreando concentração final de siRNA de 150nM. O sinergismo do co-tratamento de NPs-siHOXB7 e TAM foi observado já em 15h. Ainda, a partir desses ensaios foi possível constatar que o sistema nanoestruturado utilizado mostrou pouca ou nenhuma citotoxicidade, uma vez que não houve redução de viabilidade no tratamento com a nanopartícula mock. O silenciamento de 65% (p<0.05) foi observado, assim como a internalização das nanopartículas por microscopia confocal. Assim, pode-se concluir que as nanopartículas utilizadas são eficientes na transfecção de células MCF7 e que o silenciamento gênico de HOXB7 utilizando como sistema de entrega as nanopartículas híbridas, combinado ao tamoxifeno se mostra como uma opção promissora para o tratamento de câncer de mama positivo para receptor de estrogênio.