Eficiência do cotratamento com RNA de interferência e tamoxifeno no câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Valle, Ana Beatriz Caribé dos Santos lattes
Orientador(a): Silva, Frederico Pittella lattes
Banca de defesa: Pontes, Gemilson Soares lattes, Fialho, Sílvia Ligório lattes, Báo, Sônia Nair lattes, Paiva, Igor Moura de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17357
Resumo: O câncer de mama foi o segundo tipo de câncer mais incidente em 2020 e promoveu a maior taxa de mortalidade ao gênero feminino. O tamoxifeno (TMX) é o medicamento mais comumente utilizado na terapia hormonal do câncer de mama. Com o passar do tempo, observa-se uma queda na efetividade do medicamento devido ao surgimento de resistência por parte das células de câncer. Por outro lado, alguns estudos afirmam que o silenciamento do gene HOXB7 re-sensibiliza as células de câncer de mama resistentes ao TMX. O silenciamento HOXB7 pode ser obtido a partir de terapias direcionadas, como a terapia de interferência de RNA (RNAi) que consiste na degradação de RNAm através do pareamento específico de pequenas moléculas de RNA interferentes (siRNA). No entanto, a entrega eficaz destas pequenas moléculas depende de agentes de transfecção, como as nanopartículas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de entrega in vitro e in vivo de moléculas de siRNA a partir de nanopartículas híbridas e avaliar a atividade antitumoral do silenciamento do gene HOXB7 com e sem o cotratamento com TMX. Nanopartículas de fosfato de cálcio revestidas com PEG (NP) foram produzidas por auto-associação de constituintes. As NP possuíram tamanho aproximado de 74 nm com PdI de 0,1, morfologia arredondada e homogênea e eficiência de encapsulação de cerca de 50%. Ainda, as NP se mantiveram estáveis por pelo menos 180 dias quando armazenadas a 4 °C e após liofilização (p>0,05). Ademais, possuíram resistência imediata a temperaturas de até 40 °C e se desassociaram frente a condições ácidas. Além disso, NP encapsulando siRNA complementar ao gene HOXB7 (NP-siHOXB7) promoveram leve redução da viabilidade celular em 24 h (p<0,05), enquanto a NP vazia (NP-mock) não foi citotóxica (p>0,05). O potencial migratório das células após tratamento com NP-siHOXB7 foi significativamente reduzido (p<0,05) a partir de 24 h. Estes dois últimos resultados foram corroborados pelo silenciamento significativo de gene teste GFP em células de câncer de pulmão transformadas (p<0,05). A formulação de nanopartículas não apresentou atividade hemolítica (p>0,05). Nenhuma diferença no tamanho e PdI foram observadas após o procedimento de purificação das nanopartículas(p>0,05). Em modelo de tumor de mama ortotópico e xenográfico em camundongos, foi observado o silenciamento de 50% do gene HOXB7 no tumor. Embora não tenha sido observada diferença significativa no volume tumoral entre os grupos tratados em 14 dias na concentração testada, não houve perda de indivíduos no grupo em cotratamento, diferente do grupo controle. Adicionalmente, a avaliação de parâmetros hematológicos e bioquímicos mostram que o tratamento com TMX foi apenas levemente tóxico, e que o cotratamento reduziu estes efeitos. Diante destes resultados, pode-se concluir que o nanocarreador foi considerado eficiente na entrega do siRNA tanto em células como em modelo animal e é um candidato promissor na entrega intravenosa de material genético. Um maior número amostral e a variação de concentração teste devem ser consideradas para expandir a análise do efeito antitumoral promovido pelo silenciamento do gene HOXB7 e seu cotratamento com TMX.