Diálise peritoneal no domicílio: aprimorando as habilidades para a realização do ritual terapêutico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Leone, Denise Rocha Raimundo lattes
Orientador(a): Castro, Edna Aparecida Barbosa de lattes
Banca de defesa: Valadares, Glaucia Valente lattes, Farah, Beatriz Francisco lattes, Silva, Frances Valéria Costa e lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3183
Resumo: O objeto desta investigação foi o autocuidado terapêutico com o objetivo de compreender como as pessoas em tratamento pela diálise peritoneal domiciliar realizam as atividades de autocuidado terapêutico no domicílio, analisar as habilidades desenvolvidas por estas para a prática do procedimento, a fim de discutir as relações entre os usuários do Sistema Único de Saúde com os serviços de enfermagem, existentes na Rede de Atenção à Saúde e propor um modelo teórico substantivo que articule os achados desta pesquisa com o cuidado de enfermagem à luz da Teoria Geral de Enfermagem de Dorothea Orem. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, em duas etapas, com o método da Teoria Fundamentada nos Dados. A primeira, de março a junho de 2015, visou identificar os participantes. Foi realizada no Serviço de Nefrologia de um hospital público de ensino de Minas Gerais, no qual foram identificadas 34 pessoas e avaliadas quanto à operacionalização para o autocuidado, pela aplicação de questionário estruturado e da escala Appraisal of Self Care Agency Scale Revised (ASA-R). A segunda etapa ocorreu de junho de 2015 a junho de 2016, incluindo 19 pessoas em diálise peritoneal, independentemente de terem ou não o autocuidado operacionalizado. Os dados foram coletados por meio de entrevista aberta, observação sistemática com registros do diário de campo, tanto na residência dos participantes quanto no Serviço de Nefrologia. Os participantes foram distribuídos em três grupos amostrais. No primeiro, incluíram-se dez pessoas, e, pela necessidade de se lançar mão de novas perguntas de pesquisa, conformou-se um segundo grupo amostral, com quatro pessoas. O terceiro grupo amostral, que visou à validação do modelo teórico substantivo, constituiu-se de nove pessoas, destas, quatro também participaram do primeiro grupo. Seguiu-se o critério de amostragem e saturação teórica. Para organização, codificação e interpretação dos dados empíricos, utilizou-se o programa OpenLogos®. A análise dos dados ocorreu mediante três tipos de codificação: aberta, axial e seletiva. Emergiram dos dados as seguintes categorias Convivendo com a Diálise Peritoneal (DP); Realizando a DP no domicílio e estando inserido na Rede de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS); Utilizando a ocupação como forma de atenuar o convívio com a DP; Adaptando-se às necessidades: a estratégia de ação e interação; Ritual terapêutico: realização das atividades de autocuidado e Habilidades para o ritual terapêutico: o aprimoramento das habilidades da vida e motoras para o conviver com a DP, sendo esta a última a categoria central ao estudo. Durante todo o processo vivenciado pelos indivíduos que realizam a DP no domicílio como tratamento, percebeu-se que as habilidades cognitivas, sobretudo as habilidades de tomada de decisão, pensamento crítico e comunicação efetiva, associada à habilidade motora tornam-se imperativas para aqueles que querem realizar essa terapêutica. Desta forma, tem-se que a atuação do enfermeiro é determinante no processo de desenvolvimento e/ou aprimoramento nas habilidades para as atividades requeridas de autocuidado terapêutico e esta é fundamental para a promoção do bem-estar e do enfrentamento da diálise.