Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Faria, Nicole Costa
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Orientador(a): |
Paiva, Sabrina Pereira
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Banca de defesa: |
Menegat, Elizete Maria
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Passos, Rachel Gouveia |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Serviço Social
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Departamento: |
Faculdade de Serviço Social
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15264
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Resumo: |
Esta pesquisa é fruto de inquietações teórico-práticas que surgiram durante a atuação da pesquisadora como psicóloga residente nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Juiz de Fora (MG). Busca compreender os processos de invisibilização-patologização do sofrimento das mulheres negras, ancorando-se no conceito de colonialidade e propondo uma perspectiva decolonial e racializada sobre esse sofrimento. A atuação como residente suscitou reflexões sobre o cuidado ofertado a essas mulheres nos serviços de saúde mental, tendo em vista que certas experiências de vida causadoras de sofrimento e/ou de adoecimento não encontram possibilidades de serem relatadas e, portanto, são ignoradas nas formas de cuidado ofertadas. O argumento parte da compreensão de que o racismo impõe, de maneira velada, limites na produção de cuidado a essas mulheres. Posto que o racismo no Brasil é obnubilado pelo mito da democracia racial, o sofrimento dele advindo também é escamoteado. Além do racismo à Brasileira, o atual paradigma psiquiátrico, biologicista e descritivo, é tributário do falacioso homem universal que a modernidade construiu como parâmetro máximo de humanidade. Este homem universal foi pensado de maneira eurocêntrica e excludente, transformando em universal tudo aquilo referente ao homem branco europeu. Somado a isso, o atual paradigma psiquiátrico hegemônico impossibilita uma compreensão sociogenética do sofrimento das mulheres negras. Em contraposição a tal perspectiva as produções decoloniais e de feministas negras nos fornecem outros conceitos, como os de zona de não-ser, trauma colonial, branquitude e tantos outros apresentados ao longo do texto. Em suma, este é um trabalho que busca delinear algumas críticas decoloniais aos processos de invisibilizaçãopatologização do sofrimento das mulheres negras, com o intuito de contribuir para fissurar o cuidado colonial oferecido a essas mulheres nos diversos espaços de saúde que frequentam, mas especialmente nos serviços de saúde mental. |