Resumo: |
Este estudo tem o objetivo de verificar a ocorrência do preconceito etário ou etarismo no ambiente de trabalho investigado e sua relação com a percepção que os trabalhadores mais velhos têm da própria capacidade para o trabalho e do assédio moral, uma vez que a violência no ambiente laboral é representada pelo etarismo, além de proporcionar uma reflexão sobre o fenômeno do etarismo em geral. A amostra desta pesquisa é composta por servidores na população de Técnicos Administrativos em Educação (TAE) da Universidade Federal de Juiz de Fora / MG (UFJF, 2020), de servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IFET) e funcionários administrativos das IES particulares da região, por ser uma população que apresenta algumas características em comum, como a qualificação para os cargos quanto à titulação e por não haver critério etário para a contratação nos processos seletivos em sua maioria. Quanto aos procedimentos quantitativos, são aplicadas a Escala de Envelhecimento no Contexto Organizacional (EACO), a Escala de Assédio Moral (ELAM) e de Capacidade para o Trabalho (ICT). Em relação à pesquisa qualitativa, a investigação é feita por entrevista semiestruturada, e o tratamento dos dados é feito através da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados demonstram a ocorrência do etarismo na amostra, a percepção da capacidade para o trabalho como boa ou ótima pelos trabalhadores mais velhos e o desconhecimento sobre o preconceito etário, classificado muitas vezes como brincadeira. Não houve diferença significativa quanto ao etarismo entre as IES públicas e particulares, mas quanto a outros aspectos como carga horária semanal, baixa notificação de problemas de saúde mental e etarismo com mulheres, as IES particulares apresentaram situações laborais mais desfavoráveis. Assim, o etarismo não foi relacionado à violência no trabalho, apesar dos participantes, em geral, associarem este preconceito ao sofrimento no trabalho. A violência no trabalho é uma realidade no mundo todo, e o etarismo se configura como uma das formas de violência mais deletérias à saúde mental e física do trabalhador mais velho. As consequências do etarismo podem envolver desde a aposentadoria precoce a doenças relacionadas ao trabalho e podem levar ao suicídio, como fator extremo de consequência. Este estudo pode beneficiar os trabalhadores, que terão possibilidade de identificar e analisar o fenômeno do etarismo, e a Instituição, que pode utilizar a pesquisa, incluindo-a em seu planejamento de ações para a saúde do trabalhador, instigando, também, novas investigações sobre o tema. |
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