“Tem que comer o que dá sangue”: saberes tradicionais e práticas culturais no cuidar e educar de crianças quilombolas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Castro, Eliane Rodrigues de lattes
Orientador(a): Lopes, Jader Janer Moreira lattes
Banca de defesa: Oliveira, Julvan Moreira de lattes, Pantevis, Mathusalam lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00446
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13493
Resumo: Esta pesquisa foi realizada em uma comunidade de origem quilombola, denominada Colônia do Paiol, localizada na cidade de Bias Fortes, estado de Minas Gerais, Brasil. Os quilombos brasileiros, no qual se encontravam todos os oprimidos que buscavam se opor às estruturas social, econômica e política, perversas e desumanas, presentes naquele momento, inspirados nos quilombos africanos, foram associados, inicialmente, ao binômio fuga-resistência. Ao longo do seu desenvolvimento cronotópico, a conceituação dos quilombos passou por um processo de modificação, mas sem abrir mão da manutenção e reprodução de suas origens, seus modos de vida, da sua ancestralidade e da resistência num processo de aquisição/manutenção da integridade de suas terras pelos quilombolas. A investigação teve por objetivos identificar e compreender como as práticas do cuidar e do educar, baseadas na ancestralidade e transmitidas através da oralidade, refletem nas vivências das crianças e bebês na comunidade Colônia do Paiol. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida numa abordagem qualitativa de cunho etnográfico, pautada na abordagem histórico-cultural, a partir das relações estabelecidas entre o meio e o sujeito através das suas vivências. Na pesquisa de campo, em que foram observados o (re)conhecimento da comunidade, o cotidiano e a rotina do cuidado dispensado às crianças e aos bebês, foram adotados procedimentos metodológicos, como as rodas de conversa, que envolveram as narrativas dos sujeitos, resultando num diário de campo dos sujeitos, produção de imagens, fotografias, filmagens e desenhos, além de produção de mapas vivenciais. Os achados da pesquisa evidenciaram a importância das tradições e saberes referentes ao cuidar e ao educar, presentes nas práticas culturais e memória, que se materializam e são reelaborados na forma de vida cotidiana da comunidade, em meio a desafios e ações de resistência.