Avaliação do rastreamento do câncer do colo do útero em Minas Gerais a partir de dados do SISCOLO
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00034 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13074 |
Resumo: | O objetivo desta tese foi avaliar as ações de rastreamento do câncer do colo do útero (CCU) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Minas Gerais e sua conformidade com as recomendações do Ministério da Saúde. Para isso, foram realizados três estudos: no primeiro, as ações de rastreamento foram avaliadas por meio de um estudo descritivo com base em dados agregados do SISCOLO, referentes ao período de 2006 a 2011, disponíveis no DATASUS. Foram analisados indicadores relacionados às características da oferta de exames citopatológicos, à qualidade do exame, à ocorrência de alterações celulares e ao seguimento informado dos casos de lesão de alto grau em Minas Gerais. Verificou-se que a razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 59 anos manteve-se estável em Minas Gerais de 2006 a 2011. Aproximadamente 75% dos exames foram realizados em mulheres de 25 a 59 anos e houve progressiva redução na proporção de citopatológicos do colo do útero sem citologia anterior. Em média, 51,2% dos exames foram realizados no período de até um ano. Quanto à qualidade do exame, destacase o índice de positividade, categorizado como baixo durante todo o período analisado. O segundo estudo consisitiu em um estudo descritivo, de coorte nãoconcorrente, baseado em dados identificados do SISCOLO com objetivo de estimar a cobertura do rastreamento do câncer do colo do útero em 2008 e a proporção de sobrerrastreamento por periodicidade e faixa etária no estado. A cobertura foi calculada utilizando exames de mulheres de 25 a 59 anos e 25 a 64 anos após exclusão de duplicidades e separação dos exames de seguimento, ficando apenas um registro de exame por mulher nesse ano. O sobrerrastreamento por faixa etária correspondeu ao percentual de mulheres com <25 e ≥65 anos. O sobrerrastreamento por periodicidade foi avaliado a partir do seguimento de mulheres de 25 a 64 anos submetidas ao rastreamento em 2008 através do relacionamento probabilístico entre as bases de 2008 a 2012 (seguimento 2008-2012). O tempo até o próximo exame citopatológico foi definido como o intervalo entre a data de coleta do primeiro exame normal com amostra satisfatória realizado em 2008 e a data de coleta da primeira repetição deste exame. Para mulheres que iniciaram o rastreamento em 2008, o sobrerrastreamento por periodicidade foi definido como a repetição em um período inferior a 9 meses e, para aquelas que iniciaram o rastreamento previamente, a repetição em um período inferior a 30 meses. Verificou-se que, em 2008, 1.211.014 mulheres foram submetidas ao rastreamento do CCU pelo SUS em Minas Gerais, sendo que 75,8% estavam na faixa etária de 25 a 59 anos e 79,8%, na faixa etária de 25 a 64 anos. A cobertura foi de 77,6% na faixa etária de 25 a 59 anos e de 76,2%, de 25 a 64 anos. Identificou-se o seguimento de 1.162.405 mulheres sendo o sobrerrastreamento por periodicidade de 3,9% para aquelas que iniciaram o rastreamento em 2008 e de 62,6% para as que tinham exame prévio. O sobrerrastreamento por faixa etária correspondeu a 20,2% do total de mulheres submetidas ao rastreamento em 2008, sendo que, em mulheres que estavam iniciando o rastreamento em 2008 foi de 49,6% e, naquelas com exame prévio, foi de 14,9%. No terceiro estudo, os indicadores obtidos no segundo foram utilizados para a realização de um estudo ecológico, cujas unidades de análise foram as 77 microrrregiões de saúde de Minas Gerais. Tal estudo teve como objetivo avaliar a desigualdade regional da cobertura do rastreamento do câncer do colo do útero, em 2008, em Minas Gerais e sua associação com indicadores socioeconômicos e assistenciais, e descrever a distribuição espacial do sobrerrastreamento nas microrregiões do estado. Os resultados indicaram que as microrregiões que apresentaram as menores coberturas estavam concentradas, em sua maioria, nas macrorregiões Nordeste, Jequitinhonha, Leste e Leste do Sul, que se caracterizam por piores indicadores socioeconômicos. O IDH apresentou associação positiva com a cobertura. Os sobrerrastreamento por periodicidade e por faixa etária apresentaram padrão diferenciado de distribuição espacial entre si e entre mulheres que estão iniciando o rastreamento e aquelas que têm exame prévio. Pode-se concluir, então, que apesar de a cobertura no estado estar próxima da meta de 80%, havia desigualdade regional no acesso ao exame, com áreas de melhor nível socioeconômico apresentando maiores coberturas. Indicadores de qualidade do exame estavam abaixo da meta e o sobrerrastreamento era elevado no estado. Quanto à periodicidade, o sobrerrastreamento foi mais importante em mulheres que deveriam fazer o exame a cada três anos e quanto à faixa etária, em mulheres que estavam iniciando o rastreamento. Os resultados corroboram o caráter oportunístico do rastreamento do câncer do colo do útero e evidenciam a necessidade de aprimoramento do programa no estado de Minas Gerais. Ressalta-se que o presente trabalho possibilitou o desenvolvimento de uma metodologia que tornou possível a estimativa da cobertura e a realização do seguimento de mulheres submetidas ao rastreamento utilizando dados do SISCOLO. Tal metodologia pode ser utilizada em outros contextos com objetivo de monitorizar as ações de rastreamento e contribuir para o aperfeiçoamento do programa de rastreamento. |