Prevenção do câncer de colo do útero em uma área coberta pela estratégia de saúde da família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Duque , Kristiane de Castro Dias lattes
Orientador(a): Teixeira, Maria Teresa Bustamante lattes
Banca de defesa: Silva, Gulnar Azevedo e lattes, Leite, Isabel Cristina Gonçalves lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1416
Resumo: O câncer de colo de útero é um grave problema de saúde pública mundial. No Brasil, constitui-se na terceira causa de mortalidade após correções das taxas a partir das causas mal definidas. É um agravo passível de prevenção através da detecção precoce de lesões precursoras, por meio do exame de colpocitologia. A alta cobertura das mulheres pelo exame de rastreio pode reduzir as taxas de incidência de lesão invasora, assim, justifica-se a realização de pesquisas que contribuam para melhor avaliação do quadro epidemiológico da doença, determinando a prevalência, a cobertura de exames preventivos, fatores associados que esclareçam e fundamentem medidas de intervenção, além de análises que contribuam para maior esclarecimento das razões pelas quais algumas mulheres ainda são resistentes a realização do exame preventivo. Deste modo, foi realizado um estudo transversal com 776 mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos, em uma Unidade de Saúde da Família, no município de Juiz de Fora, MG. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um amplo questionário que possibilitou avaliar os hábitos e comportamentos de cuidado à saúde, permitindo estabelecer como objetivos: avaliar a prevalência e os fatores associados a não realização do exame de preventivo de câncer de colo de útero; analisar a cobertura destes exames; associar a não realização de exames preventivos de câncer de colo de útero a hábitos de cuidado à saúde realizados pelas mulheres. Os dados foram analisados pelo programa Stata 11,0 verificando as Razões de Prevalência (RP) com respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC 95%) e valores de p, utilizando-se na análise multivariada a regressão de Poisson. Verificou-se que 76,29% das mulheres estavam com exame Papanicolaou dentro dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, as variáveis independentes que apresentaram associação com o desfecho foram: maior nível de escolaridade, prática regular de atividade física e procurar atendimento na Unidade de Saúde no último ano. O consumo de bebida alcoólica foi um fator de risco para não realização do exame. Ainda apresentou significância estatística possuir apoio social. Em relação à cobertura de exames, após a intensificação do rastreamento de câncer de colo do útero, através de estratégias de ação específicas, foi possível elevar a Razão de Exames citopatológicos na Unidade de Saúde de 0,1 para 0,4 no período de 1 ano. Observou-se também que as mulheres que apresentam como hábitos e comportamentos de cuidado à saúde, atitudes ligadas à prevenção e promoção, tem mais possibilidade em realizar o exame preventivo de câncer de colo do útero. Conclui-se que, ainda existe uma parcela da população, considerada epidemiologicamente de risco, que não realiza o exame de rastreio dentro dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde e que a análise das variáveis associadas a esta condição pode auxiliar na elaboração de estratégias de intervenção. O rastreamento organizado destas mulheres permite o alcance das metas estabelecidas, a organização das informações, a estruturação do serviço, a ampliação do acesso e o aprimoramento do vínculo com a comunidade adscrita. O maior conhecimento dos hábitos e comportamentos desta população possibilita o incentivo a atitudes de promoção e prevenção de cuidados à saúde, assim como, a intervenção específica nas situações potencialmente prejudiciais. Portanto, estudos sobre a prevenção do câncer de colo do útero são de extrema relevância, a fim de analisar a cobertura do rastreamento em áreas atendidas pela Estratégia de Saúde da Família e compreender os fatores associados a não adesão nas mulheres à realização do exame Papanicolaou.