Tomada de Consciência sobre a prática docente e a formação inicial na educação infantil: com a voz, as professoras licenciadas em educação infantil na UFV
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00103 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15139 |
Resumo: | Piaget, ao construir os conceitos sobre a tomada de consciência da ação, afirma que esta não ocorre por meio de uma iluminação e, sim, por meio de sucessivas construções elaboradas pelos sujeitos do conhecimento a partir de perturbações provocadas pelo “outro” em situação de interação. Diante dessas concepções epistemológicas nos perguntamos: Como ocorre o processo de tomada de consciência sobre a prática docente e a formação inicial das professoras egressas do Curso de Licenciatura em Educação Infantil da UFV? Para tanto, nos propusemos a analisar o processo de tomada de consciência das professoras egressas do Curso de Licenciatura em Educação Infantil da UFV, por meio das representações sobre a formação inicial e a sua prática docente junto aos bebês e às crianças pequenas. Para subsidiar as reflexões, esta pesquisa está ancorada nos estudos “tomada de consciência”, “fazer e compreender” de Jean Piaget, bem como os estudos que discutem sobre a formação inicial do professor da Educação Infantil. Em se tratando dos docentes, a construção de seus próprios conceitos sobre o “fazer” é que irá reverberar no “compreender” e, posteriormente, nas diferentes formas de explicar suas ações interiorizadas em forma de pensamento. O referencial teórico-metodológico é de cunho qualitativo, realizado por meio de um Estudo de Caso, neste caso o Curso de Licenciatura em Educação Infantil da UFV. A produção dos dados se deu por meio de pesquisa documental, questionário e Rodas de Conversa Virtual (RCV). As cinco RCVs realizadas foram inspiradas na técnica das sessões reflexivas e no método clínico piagetiano por meio das intervenções sistemáticas. As professoras participantes da pesquisa são as egressas do Curso em estudo que colaram grau no período de 2015 a 2020 e estavam atuando na docência com crianças de 0 a 5 anos de idade no município de Viçosa-MG. A análise dos dados produzidos nas RCVs foi realizada levando-se em conta o referencial teórico sobre tomada de consciência segundo Piaget (1978a; 1978b) e também por discussões teóricas sobre a formação para a docência na Educação Infantil. Para analisar as narrativas/falas das professoras elaboramos níveis de tomada de consciência categorizando-os em nível I – Descrição da ação, nível IIA – Explicação, nível IIB – Argumentação, nível IIC – Compreensão e nível III – Conceituação. De posse desses níveis de tomada de consciência e das representações das professoras, evidenciadas por meio de suas narrativas/falas diante das intervenções sistemáticas, foi possível descobrir que a cada RCV elas iam elaborando respostas mais complexas sobre a formação inicial e sua contribuição para a sua prática docente. A partir das intervenções sistemáticas e das possibilidades de reflexões, em grupo, as professoras elaboraram conceitos que transitavam entre os níveis de tomada de consciência mais elementares, no início das RCVs e durante as primeiras RCVs, avançando para níveis de tomada de consciência mais complexos (abstrações refletidas) à medida que as RCVs aconteciam. Identificamos, à medida que as RCVs iam ocorrendo, que as professoras se remetiam às experiências e conhecimentos construídos durante sua formação inicial para refletirem sobre sua prática docente, elaborando e (re)elaborando conceitos sobre as temáticas que foram discutidas nas sessões de RCVs. Tais elucidações anunciam sobre a necessidade de os cursos de formação de professores priorizarem, em suas matrizes curriculares, experiências e vivências teórico-práticas desde o início do processo formativo nas universidades. Só assim será possível proporcionar movimentos reflexivos em situações reais de docência. |