Psicanálise e educação: da sustentação do enigma à construção do saber

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pinheiro, Gláucia da Silva lattes
Orientador(a): Fontes, Ana Maria de Moraes lattes
Banca de defesa: Clareto, Sônia Maria lattes, Flanzer, Sandra Niskier lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4637
Resumo: O presente ensaio traz articulações importantes quanto à interlocução entre os campos da Psicanálise e da Educação, campos que diante de um primeiro olhar nada apresentam de comum, mas que trazem no seu cerne a linguagem e o saber. Lançar um olhar sobre a Educação, à luz da Psicanálise, tendo como esteio aquilo que este campo traz de inédito no meu discurso, ou seja, sua relação com o saber, aponta algo novo nessa interlocução. Não se trata aqui de apontar caminhos, oferecer novas técnicas e modos de solucionar os problemas educacionais. A psicanálise entra aqui, nessa interlocução, como um novo discurso e, a partir do seu atravessamento no campo da educação, traz uma nova possibilidade de escuta, de posição diante da árdua tarefa de educar. Traz uma possibilidade de reflexão e de questionamento sobre a posição e a formação daqueles que ocupam um lugar tão importante e de tanto destaque na economia psíquica do sujeito infantil. Esse ensaio é endereçado a todos aqueles, professores ou leigos, educadores que estão às voltas com suas questões e seus embaraços frente ao ato educativo. As questões que direcionam esse estudo abordam a obra freudiana naquilo que ela toca o campo da educação, a partir da posição de Freud frente à causa psicanalítica e ao campo educacional. E o conceito fundamental da transferência, que tanto na intensão, quanto na extensão e na interlocução com outros campos de saber, é o sustentáculo da prática e do ensino da experiência psicanalítica, articula-se aí, tendo também um lugar na educação. Passeamos pela transferência, pelo infantil, a sexualidade, o complexo de Édipo, a sustentação do enigma, a diferença, a queda de certos ideais, o saber inconsciente, o ensino, a transmissão, a formação, a impossibilidade, trazendo o discurso analítico como articulador dessa amarração, apostando na possibilidade de se trabalhar na educação pela via da construção do saber. Sustentaremos aqui uma aposta. Aposta de que tal interlocução entre Psicanálise e Educação, entre psicanalistas e educadores, possa ter efeitos e possibilitar deslocamentos de discurso. Não se espera uma resposta para as questões levantadas, nem mesmo um arremate que feche a discussão. Esperamos, sim, manter abertas as lacunas que nos permitem avançar e sustentar sempre uma pergunta quanto à arte de educar.