Avaliação do ambiente alimentar comunitário e do consumidor em uma cidade de médio porte de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Priscila Moreira de Lima lattes
Orientador(a): Mendes, Ana Paula Carlos Cândido lattes, Nogueira, Mário Círio
Banca de defesa: Vergara, Clarice Maria Araújo Chagas lattes, Canella, Daniela Silva, Pereira Netto, Michele, Silva, Renata Maria Souza Oliveira e
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00154
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15244
Resumo: Essa tese teve como objetivos avaliar o ambiente alimentar comunitário e do consumidor e as modificações nesses durante a pandemia de Covid-19 em Juiz de Fora, Minas Gerais. Trata-se de um estudo ecológico. As regiões urbanas do município foram categorizadas de acordo com o Índice de Vulnerabilidade da Saúde. O ambiente alimentar comunitário foi avaliado a partir da planilha de Cadastro de Contribuintes e os estabelecimentos foram classificados de acordo com a proposta da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). Os desertos alimentares foram classificados utilizando-se a metodologia da CAISAN e os pântanos alimentares segundo o Centers for Diseases Control and Prevention (CDC). O ambiente alimentar do consumidor foi analisado por meio de auditorias em uma amostra estratificada e proporcional de estabelecimentos que comercializam alimentos. Utilizou-se os instrumentos ESAO-S e ESAO-R. O acesso a alimentos saudáveis foi avaliado por meio do Healthy Food Store Index (HFSI) e do Healthy Meal Restaurant Index (HMRI). Para avaliar as modificações durante o período da pandemia no ambiente comunitário, foi realizado um estudo ecológico longitudinal, no qual analisou-se a frequência de estabelecimentos que comercializavam alimentos nos meses de junho de 2019 e outubro de 2021. A fim de avaliar as mudanças na disponibilidade e preços de alimentos durante a pandemia, aplicou-se o questionário ESAO-S em uma amostra de supermercados no período anterior (dezembro de 2019) e durante a pandemia de Covid-19 (setembro de 2021). Observou-se que o ambiente alimentar comunitário do município é caracterizado por uma elevada disponibilidade de estabelecimentos que comercializam alimentos ultraprocessados. Há uma baixa prevalência (9,4%) de comércios de aquisição de alimentos in natura. Em relação às regiões consideradas desertos alimentares e pântanos alimentares, foram observadas prevalências de 25% e 68%, respectivamente. Identificou-se que menos da metade dos estabelecimentos de comercialização de alimentos para consumo em domicílio disponibilizavam frutas, verduras ou legumes. Adicionalmente, há uma elevada disponibilidade de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, sucos industrializados, biscoitos e salgadinhos de milho. Em relação as modificações que ocorreram durante a pandemia de Covid-19, observou-se uma redução de comércios de alimentos in natura e aumento de estabelecimentos de aquisição de alimentos ultraprocessados e mistos, sendo essas modificações diferentes de acordo com o IVS da região. Ressalta-se o preocupante percentual de regiões classificadas como pântanos alimentares no período pós pandemia: 86,4%. Ao avaliar o ambiente alimentar do consumidor foram encontrados aumento significativo no preço de alimentos in natura como laranja, banana, maçã 10 e cebola e maior variedade de alimentos ultraprocessados como refrigerantes, refrescos em pó e salgadinhos de milho durante a pandemia. Os achados dessa tese possibilitam compreender as características do ambiente alimentar comunitário e do consumidor e os impactos da pandemia de Covid-19, auxiliando na formulação de políticas públicas a fim de propiciar o acesso a alimentos saudáveis e, consequentemente, influenciar no consumo alimentar e prevenir desfechos negativos em saúde, como obesidade e doenças crônicas.