Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Ágata Jéssica Avelar de
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Orientador(a): |
Marcilese, Mercedes
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Banca de defesa: |
Leitão, Márcio Martins
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Name, Cristina Lobo
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8362
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Resumo: |
Esta dissertação investiga a compreensão de expressões idiomáticas do tipo verbo + complemento no PB (Ex. abrir o coração, chutar o balde), por falantes do PB como L1 e L2, podendo a L1 ser uma língua oral ou de sinais (no caso, língua brasileira de sinais – Libras). Estudos prévios apontam para uma suposta dificuldade por parte de surdos usuários de Libras na compreensão de expressões não literais em línguas orais. A natureza de tais dificuldades não tem sido, contudo, claramente caracterizada (FARIA, 2003). Quanto às expressões idiomáticas em línguas de sinais, Coutinho (2012) defende que as expressões da Libras não são necessariamente frases ou palavras como no português. Embora certas expressões sejam possíveis empréstimos/traduções, outras parecem ser exclusivas da língua de sinais (ALBRES, 2006). No que diz respeito a outros usos não literais da linguagem, como metáforas e metonímias, são apontadas diferenças em função da modalidade específica da língua (WILCOX, WILCOX & JARQUE, 2003). A fim de investigar o desempenho de falantes de PB L1, falantes de PB L2 (L1 oral) e falantes de PB L2 (L1 Libras) na compreensão de expressões idiomáticas, foi desenvolvido um estudo experimental. O papel do grau de familiaridade dos falantes com as expressões – previamente classificadas como mais ou menos comuns/familiares no PB com base nos resultados de dois questionários off-line – foi delimitado como variável independente em ambos os experimentos conduzidos. No experimento 1, foi utilizada uma tarefa de produção induzida a partir de imagens idiomáticas combinada com o uso do rastreador ocular para investigar a movimentação ocular dos participantes durante a inspeção das imagens. O experimento 2 foi conduzido por meio de uma tarefa de leitura automonitorada de frases associadas a imagens (literalmente relacionadas/ metaforicamente relacionadas/ não-relacionadas às sentenças prévias). Os resultados da produção eliciada no experimento 1 são compatíveis com a classificação das expressões como mais/menos familiares e imagens associadas a expressões mais familiares tiveram maior número de respostas alvo e um número menor de fixações nas áreas de interesse definidas. Em todos os grupos avaliados, a área associada ao complemento da expressão foi fixada por mais vezes e os participantes surdos apresentaram tempos médios de fixação menores quando comparados aos falantes de línguas orais. Os resultados do experimento 2 mostram que para todos os grupos testados: (i) sentenças contendo expressões mais familiares registraram menor tempo de leitura, foram julgadas mais rapidamente e tiveram maior número de julgamentos positivos associados ao sentido metafórico; e (ii) o tempo de decisão no julgamento das imagens foi semelhante para imagens metafóricas e para imagens não relacionadas. Embora a presente pesquisa tenha um caráter bastante exploratório, em conjunto, as eventuais diferenças observadas entre os grupos avaliados não parecem estar relacionadas com distinções em função da modalidade especifica da L1 dos participantes. Nesse sentido, o tempo e o tipo de exposição à L2 parecem ser mais relevantes na caracterização das diferenças encontradas. |