Teste da ponte no leito: propriedades clinimétricas de um novo teste funcional para uso em pacientes hospitalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Paticcié, Thiago Martins Fernandes lattes
Orientador(a): Malaguti, Carla lattes
Banca de defesa: Reboredo, Maycon de Moura lattes, Carvalho, Celso Ricardo Fernandes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
Departamento: Faculdade de Fisioterapia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00097
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15605
Resumo: Introdução: Testes de capacidade funcional convencionais, como o teste da caminhada de 6 minutos, muitas vezes não são aplicáveis a paciente restrito ao leito, assim como as escalas funcionais que podem determinar efeito teto em pacientes com maior independência funcional. Neste sentido, a proposta de desenvolver um teste físico que requer pouco equipamento, treinamento mínimo e de simples execução no leito, amplia a oportunidade de avaliação e a definição de estratégias de reabilitação para uma grande variedade de pacientes hospitalizados, desde os mais restritos ao leito até os mais independentes funcionalmente. Objetivos: Investigar a viabilidade, segurança, e as propriedades clinimétricas de um novo teste funcional, o teste da ponte no leito (TPL) e suas versões: teste da ponte no leito de 5 repetições (TPL5rep) e 10 repetições (TPL10rep), teste da ponte no leito de 30 segundos (TPL30seg) e 60 segundos (TPL60seg), em pacientes hospitalizados em enfermaria de um hospital universitário terciário. Métodos: Noventa e dois pacientes clínicos e cirúrgicos elegíveis para o estudo realizaram no dia 1, o TPL5rep, TPL10rep, TPL30seg e TPL60seg em ordem aleatória. A viabilidade foi testada pelo número de pacientes incluídos e que conseguiram realizar uma das versões do TPL. A segurança foi avaliada por: queixa álgica relevante, alterações importantes da pressão arterial, dispneia ou fadiga intolerável, e qualquer alteração clínica importante. A validade foi examinada com a escala Functional Status Score (FSS), com o teste de sentar e levantar (TSL), e o teste Short Physical Performance Battery (SPPB). No dia 2 (24-48hs após), as versões do TPL foram realizadas também em ordem aleatória para testar a confiabilidade por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI), erro padrão da medida (EPM) e diferença mínima detectável (DMD). Interpretabilidade pelo efeito teto e piso também foram avaliados. Resultados: Os participantes (50,9 ± 17,2 anos, 60% mulheres) incluídos no estudo eram compostos de 66% com condição clínica e 34% cirúrgica. Estes apresentaram bom estado funcional pela FSS [35 (10 a 35) pontos] e moderada capacidade física pelo SPPB [9 (1 a 12) pontos]. Todos os participantes completaram todas as versões do TPL. Nenhum evento adverso foi observado. A confiabilidade, CCI (IC95%) entre teste-reteste foi de boa a excelente, sendo para o TPL5rep e TPL10rep [0,89 (0,84- 0,93) e 0,92 (0,88-0,95), e TPL30seg e TPL60seg [0,87 (0,80-0,91) e 0,88 (0,83- 0,92)], respectivamente. A concordância observada para o TPL foram EPM: 13 e DMD: 3,6 para o TPL5rep; EPM: 10 e DMD: 5,5 para o TPL10rep, EPM: 11 e DMD: 4,7 para o TPL30seg; e EPM: 10 e DMD: 8,2 para o TPL60seg. Apropriado efeito teto (≤ 10%) e piso (≤ 11%) foram observados. A validade de conteúdo foi observada pela fraca associação entre o desempenho nas versões do TPL e a FSS (rs= -0,27 a -0,37 e 0,29 a 0,36, p<0,05 para todas).A validade de constructo foi observado pela moderada associação entre as quatro versões do TPL e o SPPB (rs= -0,63 a -0,58 e 0,47 a 0,53, p<0,05 para todas), e a validade de critério foi observada pela moderada associação entre o desempenho das versões do TPL e o desempenho no TSL (rs= - 0,48 a -0,59 e 0,64, p<0,05 para todas). Conclusão: Todas as versões do TPL se mostraram viáveis e seguras, com propriedades clinimétricas de confiabilidade e validade adequadas, sem efeito teto e piso. Embora seja preciso mais estudos, as versões do TPL podem ser uma boa alternativa para avaliação funcional de pacientes hospitalizados.