As demandas de um CAPSi: quem são os usuários e como chegam ao serviço
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
|
Departamento: |
Faculdade de Medicina
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00320 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13678 |
Resumo: | Esta pesquisa analisou e caracterizou as demandas de saúde mental da infância e adolescência recebidas no CAPSi Estação Vida, além do perfil dos que buscaram atendimento no local. A partir deste estudo, é possível conhecer melhor a demanda por atendimento em saúde mental, o perfil dos usuários que buscam ou são encaminhados ao serviço e refletir sobre o fenômeno da medicalização, os fatores sociais que levam ao adoecimento, os motivos para o fracasso escolar e suas consequências em crianças e adolescentes. Foram pesquisados os fatores que levam as instituições encaminhadoras, como a escola, a solicitar os serviços de saúde mental e as medicações, identificando os aparatos disponíveis na política pública, sua legislação e o contexto histórico em que tal fenômeno ocorre. O CAPSi Estação Vida, localizado em Barbacena (MG), foi o cenário escolhido para esta pesquisa por representar a realidade dos CAPSi no Brasil, que se concentram em cidades de médio e grande porte, sendo geralmente únicos em seus municípios. Essas instituições são o dispositivo de referência para a saúde mental de crianças e adolescentes, por isso acredita-se na necessidade de compreender as principais demandas e o contexto sociocultural da população usuária dos CAPSi. A partir de dados coletados dos prontuários de 515 usuários admitidos no CAPSi no período de 26/02/2019 a 26/02/2020, foi feita uma abordagem quantitativa considerando variáveis sociodemográficas, educacionais e relacionadas à assistência em saúde mental. A média de idade dos usuários do CAPSi foi 11,15 anos. Foi encontrado maior prevalência de adolescentes (51,80%) e em relação a cor da pele, pardos (46,88%), figura familiar mais presente foram as mães (81,04%), a renda média foi de 0,56 salários mínimos por pessoa no domicílio e a principal queixa para atendimento foi problemas no comportamento (58,06%). A principal procedência de encaminhamentos foram as escolas (35,4%), cujas características dessas crianças e adolescentesfoi estudada em separado e apresentou a média de idade de 9,92 anos, a maioria eram crianças (64,29%), do sexo masculino (67,5%), declaradas pardas (51;85%) e católicas (87,91%), estava cursando o ensino fundamental, anos iniciais (51,65%), e era proveniente de escolas estaduais (41,21%), com queixas mais frequentes de comportamento (41,47%) e aprendizado (21,66%).Foram encontrados perfis similares aos de outros estudos e os determinantes sociais identificados demonstraram ter grande impacto no processo de adoecimento nessa população. Mais estudos e padronização é necessário para orientação de políticas públicas e melhorias na oferta do cuidado. |