Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Rodrigo Pinto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-15122023-105837/
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Resumo: |
O presente estudo teve por objetivo investigar os itinerários terapêuticos de usuários de Centros de Atenção Psicossocial para crianças e adolescentes (CAPSi) do município de São Paulo. Os CAPSi são serviços da rede de saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS). Oferecem atendimentos interdisciplinares e comunitários às crianças e adolescentes com transtornos mentais graves. Para a investigação, foi realizada uma pesquisa qualitativa composta de 8 (oito) entrevistas qualitativas semidirigidas com os chamados cuidadores informais destes usuários. Em todos os casos, estes cuidadores informais foram as mães dos usuários. O referencial teórico adotado foi fundamentalmente a obra de Milton Santos, embora tenham sido feitas articulações com a concepção psicanalítica de sujeito. A técnica de tratamento dos dados foi a análise de conteúdo. Os entrevistados abordaram: a) a descoberta do problema com a saúde mental da criança e o início do itinerário, enfatizando os sintomas que chamaram à atenção para um problema com a saúde mental da criança e o momento entre estes sintomas e os primeiros passos do itinerário; b) os encaminhamentos e caminhadas na busca por profissionais e serviços, ressaltando-se o modelo biomédico, as distintas especialidades e os excessivos deslocamentos e dificuldades nesta busca; c) as relações entre as mães (cuidadores informais), as crianças e os serviços, destacando-se a incondicionalidade do amor materno e, simultaneamente, a angústia e solidão dessas mães na procura pelos distintos tratamentos; e d) a chegada ao CAPSi e, a partir daí, a mudança da lógica pela qual vinham sendo desenhados os itinerários até então. Através da análise das entrevistas articulada à bibliografia de referência, pôde-se perceber que as dificuldades e barreiras encontradas na busca pelos cuidados e tratamentos em saúde mental se referiram a diversos fatores: grande valorização das especialidades profissionais na procura por tratamento; prestadores de serviços muito especializados e com dificuldades de lidarem com a integralidade em saúde e de maneira articulada com a rede e com outros profissionais, \"encaminhando-se\" os pacientes de profissional a profissional; barreira cultural e de linguagem entre usuários e servidores, criando-se uma distância na comunicação; poucos profissionais na rede pública frente à demanda, criando-se enormes filas de espera; grande dependência dos usuários ao SUS, ainda em fase de desenvolvimento; distanciamento entre periferia e grande parte dos recursos utilizados; insuficiência e alto custo do transporte público; condição estrutural precária das famílias, tanto pelo nível sócio econômico quanto por características psíquicas e emocionais específicas às famílias e usuários que demonstram problemas relacionados à saúde mental; supervalorização dos níveis superiores de atenção à saúde, em especial à atenção secundária e especializada. |