Filhas, mães e avós: literatura feminina e memória da ditadura militar do Brasil e Chile

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Aguiar, Deborah Vieira Pinto lattes
Orientador(a): Magaldi, Carolina Alves lattes
Banca de defesa: Pereira, Prisca Rita Agustoni de Almeida lattes, Silva, Aline Coelho da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14155
Resumo: Este trabalho se propõe a analisar sob uma metodologia exploratória, qualitativa e bibliográfica as obras: Tropical sol da liberdade (2005), da brasileira Ana Maria Machado, e Santiago – Paris: el vuelo de la memoria (2002), das chilenas Mónica Echeverría e Carmen Castillo. As duas obras, escritas a partir da experiência de mulheres na ditadura militar do Brasil e do Chile, são analisadas a luz da crítica feminista no que tange as escolhas narrativas, temáticas e figuras utilizadas para tratar delas próprias e de outras mulheres que as autoras representam. Para isso, elas são situadas dentro da tradição de escrita de mulheres, partindo de discussões da teoria crítica estadunidense e europeia, como Virginia Woolf (1990, 2013, 2019), Simone de Beauvoir (2016), Hélène Cixous (1976), Elaine Showalter (1994, 1997) e Sandra Gilbert e Susan Gubar (1979), para as particularidades latino-americanas, com base, principalmente, em Adelaida Martinez (2001), Beatriz Sarlo (2016) e Cynthia Andersen Sarti (2004). Ainda sobre as escolhas narrativas, a obra brasileira é analisada quanto metaficção historiográfica, enquanto a chilena é vista a partir de teorias sobre a escrita de si; sem deixar de apontar o que os gêneros de escrita não são estáticos, como eles se articulam com outros gêneros criando uma forma híbrida para falar de si mesmas. Outrossim, é apresentada uma breve contextualização histórica dos dois países, com o objetivo de se direcionar a leituras das duas obras como uma outra possibilidade de conhecer um determinado período da história, principalmente no que tange às representações femininas. Para isso, a teoria utilizada será acerca de aproximações da literatura e história, partindo da nova história e caminhando em direção às representações da memória, partindo da nova história, com Guy Bourdé e Hervé Martin (2013), Bronislaw Geremek (2006), Theodore S. Hamerow (2013) e Pierre Nora (2019); e caminhando por conceitos como geometral e tramas de Paul Veyne (1998) e memória individual e coletiva de Maurice Halbwachs (1990). A partir desse ponto foi possível tratar de meta-história, através de Hayden White (1995); metaficção historiográfica, de Linda Hutcheon (1999); memória em espaços de memória em Paul Ricœur (2007) e Andreas Huyssen (2000). As aproximações nesses campos no contexto latinoamericano da ditadura militar se darão a partir de conceitos de Márcio Seligmann-Silva (2003, 2008) e Eurídice Figueiredo.