Transição para o papel de cuidador familiar de pessoa idosa desospitalizada para cuidados paliativos pela Atenção Domiciliar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Elaine da Silva lattes
Orientador(a): Castro, Edna Aparecida Barbosa de lattes
Banca de defesa: Silva, Kênia Lara da lattes, Sanhudo, Nádia Fontoura lattes, Rezende, Lilian Cristina lattes, Fortes, Fabíola Lisboa da Silveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16624
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi compreender como familiares de pessoas idosas desospitalizadas para Cuidados Paliativos pela Atenção Domiciliar vivenciam a transição para o papel de cuidador e, a partir dessa compreensão, explicar como ocorre a transição para o papel de cuidador por familiar e descrever as estratégias de adaptação ao papel de cuidador desenvolvidas pelo familiar neste contexto. Foi desenvolvida com abordagem qualitativa, compreensivo-explicativa, utilizando o método de Estudo de Caso de Robert Yin, com o aporte da Teoria das Transições de Afaf Meleis, em dois cenários: um Serviço de Atenção Domiciliar público de Minas Gerais, subsidiado pelo Programa Melhor em Casa, e o domicílio onde os participantes prestavam cuidados ao familiar idoso em interlocução com o serviço. Participaram nove cuidadores familiares, incluídos gradualmente, de modo intencional até a saturação teórica. Após aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAAE Nº 54046621.4.0000.5147), coletou-se os dados em Sistema de Informação do serviço; em prontuários; por observação direta e com entrevistas em profundidade realizadas no domicílio, uma após sete e outra após 30 dias da desospitalização. Na análise dos dados adotou-se a estratégia analítica das proposições teóricas e a técnica analítica utilizada foi a construção da explicação para elucidar como ocorre a transição para o papel de cuidador por familiar de pessoa idosa quando o contexto é a desospitalização para Cuidados Paliativos pela Atenção Domiciliar. Compreendeu-se que ao assumir o papel de cuidador, o familiar da pessoa idosa pode vivenciar três fases: Entrada no papel; constituindo-se no papel de cuidador familiar e acomodação no papel. Explicou-se este fenômeno com seis categorias e 23 subcategorias a elas relacionadas, sendo: Entrada no papel e retorno ao domicílio; medos e preocupações presentes ao assumir o papel; organização do cuidado; expectativas de papel; fatores determinantes facilitadores e inibidores da transição e acomodação no papel de cuidador familiar. Apresentaram-se estes achados em quadros e diagramas explicativos da transição para o papel de cuidador familiar no contexto estudado e os discutiu à luz da Teoria das Transições de Afaf Meleis e de literatura atualizada sobre o tema. Algumas das estratégias de adaptação ao papel foram: busca de orientações com profissionais da saúde, na internet, e com outros cuidadores, organização e inserção de outros membros no cuidado, tempo para descanso e autocuidado, além da busca de suporte na sociedade. Considerou-se que o familiar que assume o papel de cuidador passa por período de mudança em sua rotina de vida, desencadeado pela desospitalização e retorno do familiar idoso demandando cuidados paliativos pela Atenção Domiciliar. Na passagem para o novo papel, vive-se período de instabilidade até o alcance de maestria ou estabilização de nova rotina como cuidador familiar. A compreensão deste processo à luz deste referencial teórico possibilitou avançar no conhecimento sobre a vivência em transições situacionais de papel. A pesquisa fornece subsídios teóricos para enfermeiros, instigando-os a desenvolverem modelos de suporte e Terapêuticas de Enfermagem direcionadas aos familiares em cada fase da transição para o papel de cuidador familiar. Reforça-se a necessidade de implementação de uma política pública para suporte ao cuidador familiar, amparando-o em suas necessidades. Recomendase que cuidados transicionais sejam implementados sistematicamente entre a Atenção Hospitalar e a Domiciliar envolvendo familiares das pessoas idosas, a fim de que desenvolvam as habilidades requeridas na transição para o papel de cuidador familiar, impedindo ou reduzindo a ocorrência de transições insalubres.