Um olhar antropológico sobre o patrimônio cultural: sentidos, significados e ressignificações do Museu Mariano Procópio (MMP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Sanchez Júnior, Sami lattes
Orientador(a): Siqueira, Euler David de lattes
Banca de defesa: Goncalves, Jose Reginaldo Santos lattes, Brites, Jurema Gorski lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2900
Resumo: O Museu Mariano Procópio (MMP), formado a partir da prática de colecionamento de Alfredo Ferreira Lage e doado à Prefeitura Municipal de Juiz de Fora em 1936, é o objeto desse trabalho. O seu acervo é o segundo maior do Período Imperial, destacando-se por algumas obras históricas e artísticas importantes como o fardão usado por D. Pedro II na cerimônia da maioridade, em 1840; o quadro “Tirandentes Esquartejado”, de Pedro Américo; porcelanas das Companhias das Índias; parte do mobiliário da Família Imperial; além do acervo documental e da biblioteca de obras raras. Esse patrimônio foi freqüentado e visitado por pessoas com projeção no cenário nacional como D. Pedro II e sua família, políticos, intelectuais e até mesmo o Presidente Getúlio Vargas em visita à Juiz de Fora. Tornou-se um ícone da construção das identidades regional e nacional pelos símbolos e discursos dispostos através do seu arranjo. Dessa forma, essa dissertação objetiva identificar, através de uma perspectiva antropológica, as percepções de uma coletividade acerca da rede de sentidos e significados construída por meio do dialogo com o objeto material num determinado contexto e suas nuances, produzindo memórias e identidades individuais e coletivas. Busca-se compreender como é o processo de apropriação desse objeto pelos visitantes e funcionários. Apreende-se a produção do patrimônio cultural como “narrativas” ou como “formação discursiva” que possibilita mapear os conteúdos simbólicos, objetivando descrever a “formação da nação” e a constituir a identidade cultural. Analisa-se o Museu Mariano Procópio à luz da noção de “Fato Social Total” imbricado na dinâmica cultural, discutindo os mecanismos e a possível eficácia do patrimônio enquanto formador dessa identidade. Já que esse espaço não se apresenta como um produto natural ou físico, mas, sobretudo, como uma construção social, resultado sócio-histórico das disputas em torno da significação do território e suscetível a mudanças. Esse trabalho se baseia no museu como espaço simbólico de diferentes atores sociais, assim como a análise dos discursos produzidos sobre o patrimônio material, através da relação homem/objeto/contexto num determinado locus e sua disposição através de conflitos e tentativas de apropriação do patrimônio por diversos setores.