“Eu acho que a minha identidade de professora é homossexual”: narrativas e experiências de professor@s homossexuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: França, Filipe Gabriel Ribeiro lattes
Orientador(a): Ferrari, Anderson lattes
Banca de defesa: César, Maria Rita de Assis lattes, Auad, Daniela lattes, Mourão, Ludmila lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/874
Resumo: Neste texto, trago o que foi produzido a partir do meu encontro com sete professor@s que se auto identificam como homossexuais. Constituo-me como apresentador de outras vidas, apresentador de sete diferentes vidas. Foram convidados para serem coautor@s desta pesquisa professor@s da educação básica, tendo em vista os poucos estudos existentes que relacionem a sexualidade dess@s professor@s com a profissão docente. A questão analisada nesta pesquisa parte da seguinte inquietação: “Quais as narrativas, experiências e de que modos se constituem @s professor@s homossexuais?”. Utilizo como referencial teórico-metodológico a perspectiva pós-estruturalista. A partir dessa perspectiva pude problematizar as formas pelas quais @s professor@s vão se constituindo enquanto docentes homossexuais e discutir como ess@s professor@s vão se produzindo nas relações de poder, nas relações com o outro e, sobretudo, como se relacionam com a instituição escolar. Na tentativa de imergir no campo e buscar informações para serem problematizadas, lancei mão de entrevistas narrativas, encarando esse instrumento de pesquisa não apenas como um conjunto de falas isoladas, mas como narrativas de si dess@s sujeitos, pois narrar um fato não é apenas relatar ou viver o que já passou, implica uma certa experiência. Assumir-se enquanto professor/a homossexual organiza a forma com que o sujeito se comporta dentro escola, vivenciando um contínuo processo de negociação com o outro e consigo mesmo. Ao mesmo tempo tal atitude é um ato político que expõe as múltiplas maneiras possíveis de vivência da sexualidade. @s professor@s homossexuais vão corajosamente criando suas próprias existências e se distanciando do padrão heteronormativo de ser, colocando em suspensão as crenças e as lógicas binárias (homem/mulher, normal/anormal, homossexual/heterossexual, etc.) que estão ao nosso redor nos cerceando da experienciação de diferentes modos de vida. Assim, @s professor@s homossexuais instigam e provocam os outros e a si mesm@s a repensarem as práticas sociais que dão sentido e regem a sociedade contemporânea. No decorrer desta travessia não pretendi e nem desejei produzir certezas e/ou verdades, pelo contrário, quis que elas fossem problematizadas, colocadas em questão, discutidas, abaladas e desmanchadas.