Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Cavaleiro, Maria Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-26012011-141723/
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Resumo: |
Este estudo tem por objetivo compreender o papel das relações de gênero e da sexualidade na edificação concreta e simbólica do cotidiano da escola para indagar pelas complexas tramas de significados e normas culturalmente disponíveis na definição das identidades e nos modos como as feminilidades homossexuais são vividas, produzidas, mantidas e reproduzidas por garotas, entre 16 e 17 anos, que se consideram lésbicas, homossexuais ou bissexuais, em uma escola pública estadual de ensino médio na cidade de São Paulo.Tratase de uma pesquisa de caráter exploratório, de natureza qualitativa, que examinou os modos pelos quais as garotas elaboram suas experiências, como vivenciam as interações, a sociabilidade e constroem suas identidades no ambiente escolar. Na investigação empírica realizada na instituição escolar, diversos métodos foram utilizados para coleta de dados: observações, questionários, entrevistas individuais semi-estruturadas e grupos de discussão. Para entender a escola como espaço sócio-cultural na produção de identidades sexuais e de gênero, bem como a validação de determinadas formas de viver as masculinidades, feminilidades e a sexualidade, além dos conceitos de gênero e sexualidade, foram fundamentais as reflexões teóricas sobre os processos identitários e de socialização, experiência e estigma. Espaço e tempo foram considerados elos de um mesmo fluxo de formação, relação e aprendizagens. Os resultados obtidos evidenciaram que os usos do espaço e do tempo na escola definem estratégias de condutas e organizam socializações, determinam o aceitável e o impróprio. Nesse processo, foi possível notar tensões, táticas e astúcias que oportunizavam o questionamento da heteronormatividade na escola, mas a escola e as relações escolares nela presentes evidenciavam arranjos sutis para o exercício do controle, da vigilância e da garantia de um cotidiano quase inteiramente heterossexual. Esta discriminação das feminilidades homossexuais ocorre mediante uma coação peremptória visando ocultação, silenciamento e dissimulação das formas de viver a sexualidade não-heterossexual, bloqueando e impedindo vínculos de amor e afeto entre as garotas. Em seus processos de socialização da sexualidade a estigmatização ocorre de forma velada e ambígua interpelando-as para uma experiência discreta, separada, legitimando a transformação de diferenças em desigualdades. |