Testes de drogas no ambiente de trabalho : vigilância e controle social na sociedade contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Freitas, Daniel Jorge Salles de lattes
Orientador(a): Gaio, André Moysés lattes
Banca de defesa: Dutra, Rogéria Campos de Almeida lattes, Magrone, Eduardo lattes, Gaio Júnior, Antônio Pereira lattes, Moraes, Pedro Rodolfo Bodê de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5590
Resumo: A realização de testes químicos no ambiente de trabalho para identificar o uso de drogas lícitas e ilícitas pelos funcionários é uma prática instituída em muitas empresas de grande porte no Brasil. Esse trabalho aborda o tema sociologicamente e discute questões relacionadas aos testes a partir de pesquisa de inspiração etnográfica realizada dentro de uma empresa mantém um programa de testagem em seus funcionários. Buscando contextualizar o tema no debate sobre as formas de controle social na sociedade contemporânea. Recorre-se à genealogia de poder de Foucault para se construir um referencial analítico que permite descrever os testes de drogas no ambiente de trabalho como práticas de vigilância representativas de um arranjo de poder governamental biopolítico, mecanismos cujos efeitos de poder voltam-se menos para o disciplinamento dos indivíduos do que para a fabricação de tipos específicos de liberdade e a administração das condutas dos sujeitos livres por meio de técnicas atuariais e classificação social. Adotando uma abordagem interpretativa com o objetivo de compreender como os próprios funcionários atribuem sentido aos testes de drogas, a pesquisa empírica enseja uma análise dos valores e significados sociais articulados por tais práticas. Ao final a pesquisa permite delinear algumas novas tendências no controle social contemporâneo, que se apresenta de formas muito mais difusas e descentralizadas, bem como depreender os discursos e os sentidos simbólicos que o legitimam e sustentam. Além disso, o trabalho também pretende contribuir com a questão metodológica apresentando algumas discussões sobre perspectivas e abordagens para pesquisas empíricas sobre a vigilância. Ao compreender como os indivíduos percebem e lidam com essas novas formas de controle social, esse trabalho pretende colaborar com os esforços para se entender melhor a sociedade contemporânea e alguns de seus processos sociais mais desafiadores – como transformações nas concepções de liberdade, responsabilidade individual e segurança.