Ensaio clínico randomizado com laser de CO2 fracionado e clobetasol no tratamento do líquen escleroso vulvar: um estudo clínico de viabilidade
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00018 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12497 |
Resumo: | A vulva pode ser acometida por múltiplas doenças. Destaca-se, neste contexto, o líquen escleroso vulvar, uma doença inflamatória crônica cuja etiologia é ainda desconhecida e que afeta, sobretudo, mulheres na pós-menopausa. Associase a importantes complicações, tornando-se debilitante e com muitas repercussões negativas na saúde da mulher. A corticoterapia tópica de alta potência tem sido relatada como tratamento de primeira linha para a doença, mas ainda existem ressalvas sobre a segurança em longo prazo e a ocorrência de efeitos secundários. Sendo assim, surge a necessidade da busca de novas opções terapêuticas, a exemplo do tratamento com laser de CO2 fracionado. O ensaio clínico randomizado desenvolvido teve como objetivo principal descrever as lesões vulvares previamente e comparar mudanças após três meses e 12 meses das condutas terapêuticas adotadas. O estudo foi desenvolvido com 20 mulheres atendidas no ambulatório de Vulva do serviço de Ginecologia do HU-UFJF, sendo nove delas submetidas ao tratamento padrão com Clobetasol e as outras 11, a três sessões de laser de CO2 fracionado. Foram obtidos dados epidemiológicos, referentes à qualidade de vida pela aplicação de questionário WHOQOL-BREF, referentes à anatomia vulvar e, por fim, a avaliação da percepção da paciente sobre o tratamento por meio de uma ficha de avaliação desenvolvida pelos próprios pesquisadores. Foram feitas avaliações antes do início do tratamento, durante sua realização, logo após seu término (três meses) e após 12 meses. Os dados foram digitados no programa SPSS 14.0 e obtidas medidas descritivas de frequência das variáveis categóricas. Associação entre variáveis independentes categóricas e dependente foi obtida pelo Teste do Qui-Quadrado de Pearson ou Teste de Fisher. As variáveis quantitativas foram submetidas ao Teste de Kolmogorov-Smirnov com a normalidade assumida. O Teste t-Student foi realizado para as variáveis quantitativas das idades atual e ao diagnóstico e domínios do WHOQOL-BREF e, ainda, foi realizada a correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de 5%. A totalidade da amostra foi constituída por idosas. As características clínicas/anatômicas da vulva, em geral, não diferiram entre os grupos de tratamento, tanto antes quanto após sua realização. Ulceração e hiperceratose foram as características que influenciaram negativamente a autopercepção da paciente sobre a aparência da sua vulva após o tratamento. Comprometimento perianal e sinéquia influenciaram negativamente a qualidade da vida sexual das pacientes após o tratamento. Apenas 35% das pacientes apresentavam vida sexual ativa. Mulheres sem parceria sexual e com maior escolaridade apresentaram melhor pontuação no domínio Psicológico e aquelas com parceria sexual, melhor desempenho do domínio Social. Não houve, entretanto, diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos realizados no que diz respeito ao impacto na qualidade de vida das pacientes. Maior grau de satisfação com o tratamento foi obtido nas pacientes do grupo Laser, quando avaliada a autopercepção. O Laser de CO2 fracionado se mostrou bem aceito e é uma opção terapêutica promissora, sobretudo nas pacientes que respondem mal ou parcialmente ao tratamento com Clobetasol. |