O efeito do uso da prótese sobre as variáveis hemodinâmicas e autonômicas cardíacas em amputados traumáticos de membro inferior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Britto, Jussara Regina Pereira lattes
Orientador(a): Lima, Jorge Roberto Perrout de lattes
Banca de defesa: Laterza, Mateus Camaroti lattes, Werneck, Francisco Zacaron lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5305
Resumo: Os amputados traumáticos de membros inferiores apresentam maior morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares quando comparados à população geral. Entretanto, os fatores de risco para esse aumento de morbidade, bem como os mecanismos patofisiológicos responsáveis, ainda não estão bem esclarecidos. O objetivo do presente estudo foi testar as hipóteses que o uso da prótese em amputados transtibiais traumáticos aumenta a pressão arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC) e diminui a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), na postura supina (PS) e postura ortostática (PO). Foram avaliados 20 indivíduos adultos, do sexo masculino, sendo 10 com amputações transtibiais unilaterais traumáticas e 10 indivíduos sem amputações (controles). O registro da FC, para o cálculo das medidas de VFC, foi realizado por meio do monitor de frequência cardíaca Polar® modelo RS300CX e a PA foi aferida pelo método auscultatório e oscilométrico. Os grupos foram avaliados em repouso, na PS e PO, sendo os amputados submetidos ao protocolo com e sem a prótese. Para comparações intragrupo foi realizada a ANOVA 2x2 de medidas repetidas e testes t pareados; e na comparação entre grupos, utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes. O grupo amputados, com e sem a prótese, foi observado que a FC é maior na PO comparada a PS, (82,5 ± 11,1 vs. 66,8 ± 6,7 bpm respectivamente) e que ao utilizarem a prótese a FC foi maior comparada à condição sem prótese, (76,8 ± 9,0 vs. 72,5 ± 8,0 bpm respectivamente). Analisando as variáveis autonômicas dos amputados na PO comparada a PS, eles apresentaram menores valores de iRR (763,0 ± 100,3 vs. 911,0 ± 89,9; p < 0,001), rMSSD (23,0 ± 14,0 vs. 37,7 ± 21,5; p = 0,001), pNN50 (5,9 ± 9,4 vs. 16,8 ± 18,6; p = 0,01) e HF (24,5 ± 15,0 vs. 42,8 ± 18,8; p = 0,02) e maiores valores de LF (77,1 ± 12,7 vs. 57,2 ± 18,8; p = 0,04) e LF/HF (5,9 ± 5,7 vs. 2,1 ± 1,7; p = 0,07). Quanto ao uso de prótese, foram observados menores valores de iRR (814,6 ± 92,2 vs. 859,4 ± 92,2; p = 0,001), rMSSD (26,6 ± 14,8 vs. 34,2 ± 20,1; p = 0,002) e pNN50 (8,9 ± 11,9 vs. 13,7 ± 15,4; p = 0,005) em comparação com a condição sem prótese. Comparando ao grupo controle, a FC dos amputados com o uso da prótese foi maior tanto na PS quanto na PO, ao passo que quando a prótese foi retirada, essa diferença desaparecia. Conclui-se que o uso da prótese altera as variáveis hemodinâmicas por meio do aumento da FC e da PA e das variáveis autonômicas por meio da redução da VFC.