Influência do índice de massa corporal e da distribuição central e geral de gordura sobre a modulação autonômica cardíaca e a capacidade funcional em homens adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Araújo, Amanda Cristiane de lattes
Orientador(a): Okuno, Nilo Massaru lattes
Banca de defesa: Kanunfre, Carla Cristine lattes, Silva, Adriano Eduardo Lima da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas
Departamento: Setor de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
T30
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2902
Resumo: INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causadoras de morte relacionadas ao excesso de gordura corporal. Existem métodos não invasivos considerados preditores de DCV, como a análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da recuperação da frequência cardíaca (FC). Além do mais, o excesso de massa corporal pode prejudicar a capacidade funcional (capacidade de realização das atividades cotidianas). OBJETIVOS: Verificar a influência do índice de massa corporal (IMC) e de medidas de distribuição central e geral de gordura sobre a modulação autonômica cardíaca e a capacidade funcional em homens adultos jovens com mesmo nível de atividade física habitual. MÉTODOS: Participaram do estudo 54 indivíduos, dos quais 25 eutróficos (IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2 ) e 29 obesos (IMC ≥ 30 kg/m²) com idade entre 18 e 35 anos, submetidos a avaliação antropométrica (estatura, massa corporal, circunferência de cintura – CC, circunferência de pescoço - CP e bioimpedância), variabilidade da FC (VFC) e pressão arterial (PA) de repouso, teste incremental em esteira ergométrica, testes funcionais (equilíbrio, força, agilidade e resistência aeróbia) e utilização do pedômetro (contador de passos). No teste incremental realizou-se o registro dos intervalos R-R no esforço e durante a recuperação, para posterior análise da frequência cardíaca de recuperação, utilizando o T-30, o delta da FC (ΔFC) e a cinética off da FC. Para o teste de equilíbrio, o indivíduo estava vendado com apoio em um dos pés; o teste de força consiste em realizar o máximo de repetição no exercício de rosca direta com carga de 4 kg dentro de 30 s; no teste de agilidade o avaliado percorreu caminhando um pequeno circuito dentro do menor tempo possível e a resistência aeróbia resume-se em percorrer a maior distância em 6 min caminhando rápido. A verificação do número de passos diários deu-se através do uso do pedômetro durante 7 dias de atividades habituais. RESULTADOS: Observaram-se valores elevados de CC (110,89 ± 10,35 cm) e CP (44,95 ± 3,23 cm) no grupo obeso, acima dos pontos de corte para DCV. A pressão arterial sistólica (PAS) (eutrófico = 107,20 ± 11,16 mmHg; obeso = 119,78 ± 10,31 mmHg), pressão arterial diastólica (PAD) (eutrófico = 67,72 ± 5,98 mmHg; obeso = 76,67 ± 9,50 mmHg) e a pressão arterial média (PAM) (eutrófico = 151,09 ± 12,57 mmHg; obeso = 170,97 ± 15,88 mmHg) apresentaram-se dentro do ideal em ambos os grupos, porém maior para o grupo obeso, havendo correlação mais forte com as medidas de distribuição central de gordura, CC (r = 0,62; 0,52; 0,61 para PAS, PAD e PAM, respectivamente) e CP (r = 0,62; 0,55; 0,65 para PAS, PAD e PAM, respectivamente). Não se encontrou diferença estatística entre os grupos nas variáveis da VFC em repouso (p < 0,05). Já os índices de recuperação da FC, somente o T30 apresentou diferença entre os grupos (p > 0,001), onde o grupo obeso apresentou maiores valores (eutrófico 368,42 ± 169,97s vs obeso 459,25 ± 268,27s). Os índices de recuperação da FC obtiveram em sua maioria, maior correlação com CC e CP. Com relação aos testes funcionais, o grupo obeso obteve menor desempenho no teste de equilíbrio, agilidade e resistência aeróbia. CONCLUSÕES: a obesidade parece estar associada ao atraso da retomada parassimpático logo após o fim do esforço e influencia negativamente a capacidade funcional. As medidas de distribuição central de gordura parecem estar mais fortemente associadas aos índices de PA de repouso e FC de recuperação que a distribuição geral.