Implantação de uma diretriz de assistência de enfermagem no puerpério na atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Souza, Ana Beatriz Querino lattes
Orientador(a): Fernandes, Betânia Maria lattes
Banca de defesa: Santos, Rosângela da Silva lattes, Pacheco, Zuleyce Maria Lessa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1963
Resumo: O objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade e efetividade da aplicação de uma diretriz de assistência de enfermagem no puerpério, na atenção primária à saúde. Trata-se de um estudo quase-experimental desenvolvido em 15 unidades de atenção primária à saúde com estratégia saúde da família de um município da zona da mata mineira. A população de estudo constitui-se de 168 puérperas distribuídas em grupos de estudo e não equivalente. O grupo de estudo foi composto de 42 puérperas submetidas a cinco consultas de enfermagem, sendo uma no puerpério imediato, duas no puerpério tardio e dois atendimentos no puerpério remoto. O grupo não equivalente foi composto de 126 puérperas não expostas à diretriz, entrevistadas durante visita domiciliar realizada entre 90 e 120 dias de puerpério. A coleta de dados teve início em maio de 2011, após a aprovação do comitê de ética em pesquisa, e término em maio de 2012. A análise descritiva das variáveis qualitativas compreendeu o cálculo das frequências absolutas e percentuais. A comparação dos grupos foi obtida pelo teste de associação Qui-quadrado, considerando o nível de significância de 0,05 e a medida da força de associação foi realizada pela Razão de chance. Os resultados evidenciaram que as puérperas tinham idade média de 27 anos; eram brancas (46,4%), viviam com companheiro (68,5%); com escolaridade entre ensino fundamental incompleto e ensino médio incompleto (57,1%); realizaram mais de sete consultas de pré- natal (71,4%); foram submetidas à cesariana (49,4%) e ofereceram aleitamento materno na primeira hora de vida (62,5%). A única variável obstétrica com diferença significativa entre os grupos foi a paridade com 57,1% de primípara do grupo de estudo e apenas 39,7% do grupo não equivalente. Foram constatados resultados estatisticamente significativos para as variáveis aleitamento materno exclusivo, com 42,9% do grupo de estudo e 25,4% do não equivalente (P=0,020); realização do exame de Papanicolaou por 85% das puérperas do grupo de estudo e 63,2% do não equivalente (P=0,015); uso de sulfato ferroso por 90 dias por 26,2% do grupo de estudo e 18,3% do não equivalente (P<0,001); depressão puerperal com ocorrência de 4,8% no grupo exposto e 18,3% no grupo não equivalente (P=0,033) e imunização pelas vacinas antitetânica, com cobertura de 97,6% do grupo exposto e 82,5% do não equivalente (P=0,014), vacina contra rubéola, com 69% no grupo de estudo e 51,6% do não equivalente (P= 0,048), e contra hepatite B, com 81% no grupo exposto e cobertura de apenas 56,3% do não equivalente (P=0,004). Não houve resultados significativos para a utilização de método anticoncepcional (P= 0,430), doença febril (P=0,893) e hemorragia puerperal (P=0,333). Evidenciaram-se resultados significativos na comparação dos grupos para a maioria das variáveis e maior chance de as puérperas do grupo de estudo serem contempladas com ações de promoção, prevenção, detecção e encaminhamento precoce, comprovando a viabilidade e efetividade da aplicação da diretriz de assistência de enfermagem no puerpério na atenção primária à saúde.