Atividade antifúngica de compostos derivados do ácido cinâmico no tratamento da onicomicose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Martins, Francislene Juliana lattes
Orientador(a): Raposo, Nádia Rezende Barbosa lattes
Banca de defesa: Brandão, Marcos Antônio Fernandes lattes, Polonini, Hudson Caetano lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2255
Resumo: O tratamento farmacológico da onicomicose é, geralmente, prolongado, pouco efetivo, de custo elevado e pode acarretar reações adversas. Em 25 % dos casos, essa terapia não apresenta resposta satisfatória. Todos esses fatores levam à busca por novos compostos para uso terapêutico. Dessa forma, este trabalho teve por objetivo avaliar a atividade antifúngica de cinamaldeído, eugenol e α-metil-transcinamaldeído e desenvolver uma formulação para o tratamento contra os principais fungos causadores da onicomicose. Para tanto, foi avaliada a atividade antifúngica dos compostos, na concentração de 1000 µg/mL frente a Trichophyton mentagrophytes ATCC 11481; Fusarium oxysporum ATCC 48112, Fusarium solani ATCC 36031, Microsporum canis ATCC 32903, Microsporum gypseum ATCC 14683, Trichophyton rubrum URM 1666 e Epidermophyton floccosum CCF-IOC-3757. Além disso, foi estabelecida a concentração inibitória mínima (CIM), entre 0,12 a 1000 µg/mL para fungos filamentosos citados e T. mentagrophytes isolado clínico e 2,44 a 5000 µg/mL para Candida albicans ATCC 10231 e C. albicans isolado clínico e a concentração fungicida mínima (CFM) frente as mesmas espécies. O cetoconazol, a terbinafina, o itraconazol e a anfotericina B foram utilizados como fármacos de referência. Para estes fármacos e o composto mais promissor, foram verificadas as alterações morfológicas provocadas sobre as linhagens testadas por meio de microscopia eletrônica de varredura. Além disso, foi avaliada a interferência com a atividade de fosfolipase em C. albicans e foi realizado o ensaio de toxicidade aguda com a utilização do bioindicador Daphnia magna. Do mesmo modo, foi avaliado o percentual de viabilidade celular sobre fibroblastos L 929, realizada a citometria de fluxo para avaliar as alterações sobre F. oxysporum e foi elaborada uma formulação com cinamaldeído a 2 %. Os resultados mostraram que o cinamaldeído foi eficaz contra todos os micro-organismos testados, sendo mais ativo que os demais compostos avaliados. Foi ativo contra F. oxysporum, F. solani e E. floccosum, que não foram inibidos pelos fármacos de referência e mais ativo frente a T. rubrum. As eletromicrografias mostraram que o cinamaldeído provocou alterações nas estruturas dos fungos filamentosos e da levedura, as quais podem ser indicativas de seu mecanismo de ação e provocou redução na atividade de fosfolipase em C. albicans. Nos ensaios de toxicidade aguda, o cinamaldeído foi considerado moderadamente tóxico à D. magna e, abaixo de 1 µg/mL, não interferiu com a viabilidade celular em fibroblastos L 929. A citometria de fluxo mostrou que o cinamaldeído causou a redução na concentração de lipídios neutros, viabilidade celular e interferiu com a atividade mitocondrial de F. oxysporum. A formulação elaborada foi testada in vitro e inibiu T. mentagrophytes, F. oxysporum, M. gypseum e C. albicans. Os resultados obtidos são promissores, mas faz-se necessário verificar a permeabilidade do ativo na formulação e realizar os ensaios in vivo.