Força muscular e atividade em crianças, adolescentes e jovens com câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barbosa, Raiane Marques Furtado lattes
Orientador(a): Chagas, Paula Silva de Carvalho lattes
Banca de defesa: Bergmann, Anke lattes, Amaral, Rayla Lemos lattes, Felício, Diogo Carvalho lattes, Cunha, Rachel Silva Menezes da lattes, Ayupe, Kênnea Martins Almeida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
Departamento: Faculdade de Fisioterapia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00341
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13710
Resumo: INTRODUÇÃO: Durante e após o tratamento de câncer na infância podem ser observados prejuízos na aptidão física, assim como, redução da força muscular, fadiga e alterações nas funções do corpo. Além disso, a redução do nível de atividade durante e após o tratamento podem acentuar ainda mais o descondicionamento cardíaco, atrofia do sistema musculoesquelético, redução da força muscular, perda da amplitude de movimento e fadiga. Todos estes aspectos podem levar as limitações quanto à participação, assim como no desempenho para realizar as atividades diárias, de autocuidado e administração de tarefas domésticas. OBJETIVO: Comparar e investigar a relação entre a força isométrica da musculatura dos MMSS e MMII e a capacidade e desempenho de atividades em crianças, adolescentes e jovens com diagnóstico de câncer com crianças, adolescentes e jovens com boa saúde aparente. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional transversal, do tipo casocontrole, com uma amostra de 45 participantes, sendo 15 do grupo câncer e 30 do grupo controle. Os participantes foram pareados de acordo com o sexo e idade e levou em consideração a proporção 2:1 (para cada um participante com câncer comparamos com dois participantes com boa saúde aparente). Foram coletados dados pessoais, ambientais, da condição de saúde e antropométricos, como peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e circunferência de coxa média e panturrilha. Os participantes dos dois grupos foram avaliados quanto à força muscular dos MMSS (Dinamômetro manual portátil hidráulico JAMAR®) e MMII (Dinamômetro manual portátil microFET2®), ao desempenho (Pediatric Evaluation of Disability Inventory – computer adaptive test - PEDI-CAT), à capacidade (Timed Up and Go test - TUG e Sentar e Levantar 5 vezes - SL) e ao nível da atividade física (Physical Activity questionnaire – for children - PAQ-C/ for adolescentes - PAQ-A). RESULTADOS: O estudo foi composto por 30 participantes do sexo feminino e 15 do sexo masculino, com média de idade em anos de 13,67±5,78 no grupo câncer e 13,07±5,11 no grupo controle. De acordo com o diagnóstico do grupo câncer, predominaram a Leucemia Linfoide Aguda (6) e Leucemia Mieloide Crônica (3). Em relação aos dados antropométricos, o nível de atividade física e a força muscular nos MMSS e MMII, não houve diferença significativa entre os grupos (p>0,05). Observou-se diferenças significativas entre os grupos (câncer e controle) em relação a capacidade dos testes de atividades (TUG e SL) e no desempenho das atividades (domínio mobilidade – PEDI-CAT) (p=0,001), onde o grupo câncer apresentou resultados inferiores em relação ao grupo controle. Ao comparar o nível de atividade física, os testes de atividades e o desempenho das atividades entre crianças, adolescentes e jovens do grupo câncer, foi observado que não houve diferenças significativas entre os participantes. As correlações entre força muscular (MMSS e MMII) e as variáveis circunferência de coxa média, panturrilha e desempenho da atividade foram de moderada a forte (0,50<r0,75), indicando que existe uma relação entre essas variáveis. CONCLUSÃO: O grupo câncer apresentou baixa capacidade e desempenho no domínio de atividades, consideradas essenciais para o dia-a-dia, comparado com o grupo controle, e essas variáveis não estão associadas com a fraqueza muscular e nível de atividade física. Dessa forma seria recomendado implementar no programa de tratamento e acompanhamento fisioterapêutico, atividades focadas na tarefa, visando autonomia e independência funcional. A relação entre a força muscular e as circunferências podem servir como medida fácil e prática para ser implementada na prática clínica.