Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Finzeto, Larissa Chacon |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-11102023-100814/
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Resumo: |
Introdução: A artrite reumatoide (AR) caracteriza-se por inflamação sinovial crônica e, se não tratada, erosão óssea progressiva. Além disso, a AR é um fator de risco para prejuízo da função dos ombros. Objetivo primário: Avaliar clinicamente os ombros de pacientes com AR, comparando-os com não portadores de AR, quanto à ocorrência de sintomas, sinais ao exame físico, avaliação de ADM, FM e funcionalidade. Objetivos secundários: (1) Comparar a frequência e intensidade de sinais e sintomas relativos aos ombros de acordo com a atividade da AR; (2) Comparar a frequência e intensidade de sinais e sintomas relativos aos ombros a partir da divisão dos pacientes de acordo com o tempo de doença, em até 5 anos ou mais de 5 anos; (3) Avaliar ADM, FM e funcionalidade dos ombros dos pacientes com AR entre si, subdivididos com relação à atividade e ao tempo de doença, e comparados aos controles não portadores de AR; e (4) Avaliar se há correlação entre tempo e atividade da doença e os parâmetros avaliados. Pacientes e Métodos: Recrutamos 135 pacientes com AR, para os quais coletamos dados demográficos, de exame físico articular e atividade da AR (DAS28). Procedemos à aplicação de EVA para dor nos ombros, avaliação de dor às movimentações dos ombros e a testes para avaliar síndrome do impacto e o acometimento de tendões do manguito rotador. A ADM foi avaliada por goniometria e a FM, por dinamometria manual digital. A funcionalidade dos membros superiores foi avaliada pelo Quick-DASH. A amostra foi agrupada com relação ao tempo (≤5 anos ou >5 anos) ou à atividade (DAS28≤3,2 ou DAS28>3,2) da doença, a fim de estudar a influência de ambos na avaliação dos ombros. Resultados: as mulheres eram 94% da amostra, com média de idade de 56 anos, mediana de tempo de doença de 7 anos e média de DAS28 de 3,7. A dor no ombro foi relatada por 56% dos participantes com AR (vs. 32% dos controles). A mediana da EVA para dor amostral foi de 4, sendo maior nos pacientes com DAS28>3.2 (0 vs. 6, p<0,01). A síndrome do impacto (Neer positivo) foi mais frequente nos pacientes com DAS28>3,2 (32% vs. 53%, p<0,01), bem como o teste de Gerber positivo (32% vs. 48%, p<0,05). O tempo de doença teve influência na ADM quando comparado tempo >5 anos e grupo controle, para flexão ativa e passiva, extensão ativa e passiva, abdução e adução ativas e passivas. Para FM, não houve diferença quando comparado entre os grupos de pacientes, mas sim com cada grupo e o controle. Pacientes com DAS28>3,2 apresentaram redução de ADM para flexão bilateral, ativa e passiva, extensão ativa esquerda, abdução e adução ativas em ambos os ombros, quando comparados com o grupo controle, e de FM para todos os movimentos de ambos os ombros, quando os grupos foram comparados com o grupo controle e para os grupos de AR comparados entre si. A média do Quick-DASH amostral foi de 50 para os participantes com AR, com diferença significativa quando a amostra geral foi comparada ao grupo controle e quando os pacientes foram agrupados por atividade da doença, com maiores valores no grupo com DAS28>3,2 (38 vs. 65, p<0,01). A regressão linear mostrou que a funcionalidade dos membros superiores é influenciada pela EVA e pelo DAS28. Conclusão: mais da metade dos pacientes com AR relataram dor nos ombros, frequentemente bilateral. A magnitude da dor nos ombros correlacionou-se com a deterioração funcional dos membros superiores. A AR impacta a ADM e a FM dos ombros. Este impacto decorreu, principalmente, da atividade da doença, com menor participação do tempo de doença. A AR resulta em grande prejuízo de funcionalidade dos membros superiores, sendo esta decorrente, em nosso estudo, da dor nos ombros e da atividade da doença. |