A juventude negra eleva sua voz: Racionais MC’s e o negro drama da periferia brasileira
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
|
Departamento: |
Faculdade de Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00083 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15269 |
Resumo: | Como objeto de pesquisa, escolhi para minha tese a obra do grupo brasileiro de rap Racionais MC’s. Formado na região conhecida como Capão Redondo, periferia da cidade de São Paulo, suas canções trazem o peso e a necessidade da denúncia das agruras enfrentadas pelos jovens negros e pobres, também moradores de comunidades, favelas e periferias – estendendo-se ao Brasil, não se fixando apenas àquela cidade – tais como o preconceito racial manifestado na quase completa ausência de oportunidades de trabalho, estudo etc; o quarteto escancara os diversos tipos de violência a que sua comunidade está sujeita – sendo a policial o braço estendido do Estado a marcar-lhes a carne. A desassistência do Estado transborda também por meio da relação daquela população com as drogas, seus anseios por consumo, caminhos lícitos e ilícitos também configuram temas para suas canções. Os rappers, em sua essência, mantêm relação umbilical com sua gente, cantando-a, sempre almejando elevar o moral de seus pares. Suas canções nascem intrinsecamente ligadas ao local em que vivem seus autores, carregando, em si, marcas desse espaço urbano – “comunidades”, “favelas”, “quebradas”. O cantar do rapper aproxima-se da fala, e suas canções, em sua maioria longas e direcionadas tanto a interlocutores que não pertencem a seu universo – governantes, polícia, burguesia etc – , quanto à juventude negra que tanto lhe importa: são narrativas que têm como propósito estraçalhar o status quo daqueles considerados responsáveis pela situação de precariedade pela qual passam/vivem os indivíduos “pertencentes” a tais localidades deixadas de lado pelo Estado. |