Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Siqueira, Amanda Cristina Testa
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Orientador(a): |
Miranda, Neusa Salim
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Banca de defesa: |
Weiss, Denise Barros
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Gerhardt, Ana Flávia Lopes Magela
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/900
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Resumo: |
A presente dissertação vincula-se ao macroprojeto “Ensino de Língua Portuguesa – da Formação Docente à Sala de Aula” (FAPEMIG -CHE-APQ-01864-12), inscrito na linha de Pesquisa Linguística e Ensino de Língua do PPG Linguística - UFJF. O projeto tem por objetivo geral a investigação das práticas de sucesso e fracasso no ensino de Português na escola básica e na formação docente para essa disciplina. O estudo em questão traça o perfil de professores de Língua Portuguesa instaurado a partir de relatos discentes acerca das suas vivências mais marcantes no contato diário com essa disciplina. Para tanto, escolhemos como cenário investigativo 7 escolas estaduais do município de Juiz de Fora, Minas Gerais, e tomamos, como sujeitos da pesquisa, 354 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio. Esta pesquisa se configura como um Estudo de Caso e apresenta procedimentos quantitativos e qualitativos como método analítico. Como fundamento teórico central, elegemos contribuições advindas da Linguística Cognitiva (LAKOFF, 1987; LAKOFF e JOHNSON, 1999, 2002; JAKENDOFF, 2002; FAUCONNIER e TURNER, 2002; FILLMORE, 1979, 1982; GEERAERS & CUYCKENS, 2007; CROFT e CRUSE, 2004), em especial, de um dos seus modelos teóricos principais: a Semântica de Frames (FILLMORE, 1979, 1982; RUPPENHOFER et al, 2010; SALOMÃO, 1999) e seu projeto de anotação lexicográfica FrameNet (www.framenet.icsi.berkeley.edu). Para a análise hermenêutica, nos valemos de contribuições da Sociologia (BAUMAN, 2005, 2007, 2008a, 2008b, 2009, 2013; ALMEIDA et al, 2009), da Filosofia Educacional (FREIRE, 2011), além dos distintos olhares no campo da Ética e da educação cidadã (ARAÚJO, 2000, 2008; LA TAILLE, 2008; TOGNETTA , 2008; ABREU, et al, s.d.; COSTA, 2004; RIBAS, s.d; MORAN, 2007; MIRANDA, 2005, 2007, 2009, 2011, 2012b). A partir da categoria analítica central – o frame – conseguimos identificar as principais cenas conceptuais evocadas pelo discurso dos alunos. Sendo assim, foi possível estabelecerem-se duas redes hierárquicas de frames: uma delas composta por atos de linguagem expressivos (Avaliação do Comportamento Docente) e outra por atos de linguagem diretivos (Sugestão de Comportamento Docente). Cada uma delas apresenta, como foco, quatro tipos de comportamento docente, quais sejam: Práticas Pedagógicas, Práticas Interacionais, Comprometimento, Práticas Reguladoras e Punitivas. Dessa forma, percebemos que as avaliações positivas somaram a maioria, com 227 ocorrências (58%), contra 148 avaliações negativas (39%) e 4 neutras (3%). A partir das avaliações positivas e das sugestões, podemos identificar quais tipos de atitudes docentes são aprovadas e desejadas pelos alunos. A partir das avaliações negativas, ao contrário, conseguimos identificar as práticas rejeitadas pelos discentes. Salta aos olhos o desejo dos alunos por práticas pedagógicas mais competentes, além de mais democráticas e inovadoras, nas quais há um bom relacionamento afetivo entre educadores e educandos e o favorecimento do diálogo, de forma a garantir maior participação e maior protagonismo por parte dos discentes. Tais resultados revelam significativo comprometimento dos alunos com o processo de ensino-aprendizagem de que são partícipes, o que desmente expectativas via de regras negativas acerca da relevância da escola para tais sujeitos. O perfil do professor que desejam ou rejeitam é em tudo convergente com aquele ditado pelas vozes das autoridades da área que preconizam uma educação voltada para a formação de cidadãos mais críticos e autônomos. |