O transporte de carga por Acromyrmex subterraneus: investigação do efeito da marcação química e da atividade individual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Amaral, Kelly Oliveira do lattes
Orientador(a): Santos, Juliane Floriano Lopes lattes
Banca de defesa: Auad, Alexander Machado lattes, Hastenreiter, Isabel Neto lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5870
Resumo: As operárias de formigas cortadeiras coletam fragmentos vegetais frescos, os quais são utilizados como substrato para o cultivo do fungo simbionte. A dieta alimentar das operárias de formigas cortadeiras, sobretudo da prole, consiste no consumo do fungo simbionte, o que torna o forrageamento uma atividade primordial para o sucesso de suas colônias. Desse modo, a massa do fragmento vegetal transportado a colônia está diretamente relacionada ao sucesso do forrageamento, pois esta interfere na velocidade de deslocamento das operárias e no aporte de alimento para a colônia. Buscando identificar os fatores que podem modular a determinação da carga transportada em formigas cortadeiras, foi avaliado como o feromônio de trilha influencia na determinação do fragmento vegetal transportado por operárias de Acromyrmex subterraneus. Paralelamente, verificou-se a interferência do sinal químico no fluxo de operárias, bem como da carga transportada na velocidade de deslocamento. Utilizando uma trilha com marcação química prévia no início do forrageamento, não se registrou variação da massa vegetal transportada, no entanto, houve redução do fluxo de operárias que saem da colônia e das que retornavam sem transportar carga, bem como da velocidade de deslocamento das operárias com carga. Uma vez que a pista química feromonal interferiu no fluxo de operárias ao longo da trilha de forrageamento, supõe-se que a determinação da carga transportada pode estar relacionada com as interações entre as operárias. No segundo experimento, foi investigado se a atividade individual da forrageira de Acromyrmex subterraneus influencia na determinação do fragmento vegetal transportado. Observando forrageiras individualmente marcadas durante um mesmo evento de forrageamento, foi registrado o número de viagens realizadas transportando fragmento vegetal, no qual verificou-se que a atividade individual da forrageira não interferiu na massa foliar transportada, isto é, a massa do fragmento vegetal transportado foi a mesma independente do número de viagens realizado por uma mesma operária. Registrou-se ainda que maioria das operárias realizou até três viagens, sendo, portanto, a maior parte do transporte de folhas realizado por operárias que não desempenham exclusivamente a atividade de forrageamento, as quais são denominadas de operárias não elite. Sugerindo um esforço coletivo da colônia em garantir o sucesso do forrageamento. Deste modo, inclui-se junto aos fatores físicos, por exemplo, a relação entre tamanho da operária e fragmento e aos mecanismos de coleta e obtenção de recurso, as interações entre os indivíduos da colônia, que se mostram fundamentais para modulação da carga vegetal transportada pelas operárias.