A periferia como chave de interpretação para a questão urbana: os agentes da produção do urbano e o cotidiano de espoliação em uma cidade média
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00099 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15215 |
Resumo: | O objetivo geral deste trabalho consiste em estudar processos de construção de periferias urbanas na cidade de São João del-Rei, localizada no estado de Minas Gerais, Brasil. Buscando ter como base uma pesquisa empírica bem fundamentada, realizou-se trabalho de campo em quatro bairros periféricos do município, com aplicação de entrevistas familiares semiestruturadas e implementação de um survey residencial por amostragem nas quatro localidades. Associada à pesquisa de campo, realizou-se, também, investigação bibliográfica visando recuperar a trajetória dos estudos acerca da questão urbana no Brasil e possíveis interlocuções com a presente pesquisa. Na busca por empreender uma investigação que permitisse, a partir de estudos de caso, construir interpretações não apenas focalizadas no cenário local, mas que fossem, também, comparativas e abrangentes em relação à realidade urbana brasileira, adotou-se uma perspectiva teórica comprometida com a análise dos aspectos estruturais e históricos da formação urbana nacional. De outro lado, destacaram-se os elementos específicos da realidade empírica, mediante a análise das perspectivas dos moradores em relação à experiência da vida urbana e de suas práticas cotidianas de apropriação e construção do urbano. A pesquisa indicou que os processos de formação de periferias nas cidades brasileiras comportam duas dimensões analíticas que são empiricamente indissociáveis, a saber, de uma parte, as dinâmicas econômicas, políticas, demográficas e socioespaciais que sobredeterminam a formação objetiva dos territórios urbanos e, de outra parte, as percepções, experiências e práticas – individuais, familiares ou coletivas – por meio das quais os moradores das periferias logram apropriar-se de porções do espaço urbano, na medida em que nelas laboriosamente constroem moradias, infraestruturas e condições de vida urbana. Foi possível, a partir da análise, sustentar uma concepção relacional de preferia que permite compreender as diferenças subscritas nas dinâmicas de formação de cada localidade, assim como os processos pelos quais um determinado bairro periférico assume e transforma, ao longo do tempo, as funções que desempenha em relação aos outros espaços da cidade. Por fim, destaca-se que a singularidade das periferias em relação às demais porções do espaço urbano consiste na tensão resultante da incompletude do padrão de urbanização no território, inerentemente vinculada à espoliação urbana. |