O TDAH interroga a educação: fracasso escolar ou sucesso do sujeito?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Almeida, Rita de Cássia de Araújo lattes
Orientador(a): Santos, Ilka Schapper lattes
Banca de defesa: Costa-Moura, Fernanda lattes, Lo Bianco, Anna Carolina lattes, Santos, Nubia Schaper lattes, Clareto, Sônia lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9061
Resumo: A presente tese é uma produção do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. O tema de pesquisa surgiu da observação pela crescente demanda por diagnósticos psiquiátricos e tratamento, aos profissionais da área psi, vinda da escola e seus profissionais. O fracasso escolar é tema recorrente de pesquisa no campo da educação e já teve muitos nomes e explicações. Com o crescente discurso de patologização e psiquiatrização dos nossos mal-estares, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) tem sido constantemente evocado para explicar os impasses educativos, se configurando como um dos nomes da atualidade para o fracasso escolar. Nossa questão de pesquisa, portanto, foi investigar a relação entre o TDAH e o fracasso escolar, por meio da psicanálise e seu discurso. Fizemos uma leitura que consideramos de interesse aos professores e demais profissionais da educação. A investigação foi feita lançando uma questão ao buscador geral do Google, partindo da premissa que os links mais relevantes indicados como resposta representam o modo como o laço social de nossos tempos tem tratado o TDAH, quando este aparece como sintoma em crianças em idade escolar. Analisamos os textos mais relevantes indicados pelo buscador utilizando a psicanálise – mais precisamente, a teoria lacaniana dos discursos – destacando neles a presença de cada tipo discursivo. Pela via do Discurso do Analista tomamos o TDAH como um sintoma, capaz de fazer o professor e demais profissionais da educação questionarem e modificarem sua posição discursiva. Analisando os textos, observamos a prevalência do Discurso Universitário e do Discurso Capitalista para explicar o TDAH. Tais discursos transformam o aluno num Sujeito Cerebral que, colocado na condição de objeto de especialistas e medicamentos, pouco pode se responsabilizar pelo seu sintoma. Além disso, diante do Sujeito Cerebral, o professor se sente impotente e incapaz de atuar sem a ajuda de especialistas e medicamentos. Assim sendo, nossa indicação aos profissionais da educação é que procurem escapar do Discurso Universitário e do Capitalista, e indagamos: haveria pela via do Discurso do Mestre uma saída possível para isso? Nossa aposta é que, por essa via, o professor poderia escapar de um lugar de impotência, tornando possível ler o TDAH como um sintoma, tal como pensa a psicanálise; um modo singular do sujeito se representar para o outro. Com efeito, aquilo que seria considerado fracasso escolar, pode ser pensado aqui como sucesso do sujeito, sucesso do sujeito do desejo.