Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Marianna da Gama e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-06032015-155426/
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Resumo: |
O objetivo deste trabalho é analisar os sentidos e significações atribuídos por professores de escolas particulares (de elite) ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Muito já foi escrito a respeito da psicopatologização das questões escolares sob o nome de TDAH. Entretanto, poucas são as pesquisas e os estudos dirigidos especificamente à repercussão deste fato na prática dos professores e menos ainda dos professores de escolas de elite do Ensino Fundamental 1 e à compreensão dos sentidos conferidos por eles a este fenômeno. O modelo utilizado é o da pesquisa qualitativa em Psicanálise, e o trabalho está dividido em dois momentos: revisão bibliográfica sobre o tema, discutida criticamente, e a pesquisa de campo por meio de entrevistas semidirigidas. A condução das entrevistas e a análise dos resultados foram psicanaliticamente orientadas pelo referencial teórico freudlacaniano. Primeiramente, levantamos elementos do espaço social e epistêmico que revestem este controverso diagnóstico e quais seus efeitos sobre a subjetividade das crianças. Discutimos a diversidade clínica envolvida nesta nomenclatura, que reduz manifestações subjetivas e sociais à categoria de transtorno. Trouxemos uma reflexão do trajeto organicista do quadro de TDAH e apresentamos um contraponto entre a noção de transtorno e o entendimento de sintoma para Psicanálise como tratamento ao real da angústia. Num segundo momento, analisamos as entrevistas com as professoras e as dividimos em categorias. Constatamos que o discurso do capitalista, aliado ao cientificismo do discurso da ciência, vem trazendo uma série de consequências ao sujeito, entre as quais: transforma a educação em mais uma mercadoria a ser consumida, legitima a transferência da responsabilidade de certos valores educativos próprios às famílias para as mãos da escola, desresponsabiliza aqueles envolvidos com a educação da criança, inclusive ela própria, e subjuga o mal-estar do sujeito a alterações neuroquímicas. Analisando esses aspectos, o trabalho busca evidenciar a permeabilidade do discurso pedagógico ao discurso médico científico hegemônico. Observamos que essa epidemia de TDAH acaba sendo, em grande parte, engendrada por uma sociedade capitalista, calcada no consumo e no lucro e tendo como representante o poder da indústria farmacêutica. Em uma perspectiva contrária às regularidades discursivas dos ditos especialistas, as professoras entrevistadas apresentam particularidades nas condições de enfrentamento dos impasses escolares, inventando, dia após dia, estratégias para lidar com seus alunos. Assim, este trabalho pretende, também, contribuir com um espaço de reflexão ética, visando propiciar práticas educacionais mais críticas |