A mortalidade da alma como condição para a vida boa no de rerum natura de Lucrécio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silveira, André Fernandes lattes
Orientador(a): Fortes, Fábio da Silva lattes
Banca de defesa: Freire, Antônio Julio Garcia lattes, Ferreira Filho, Pedro Calixto
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Filosofia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16436
Resumo: A atual dissertação tem como objetivo refletir acerca da possibilidade de relacionar dois âmbitos filosóficos, prima facie, distintos, a saber, a metafísica corporalista do estatuto ontológico da alma e o tema da ética que trata da vida boa. Para realizar esse objetivo, analisamos os argumentos apresentados pelo filósofo-poeta Tito Lucrécio Caro, no Canto III de seu poema De rerum natura, para defender que a alma (animus+anima), estabelecida em sua unidade funcional com o corpo (corpus), é mortal e não preexiste e sobrevive, respectivamente, ao nascimento e perecimento do corpo. Com efeito, pensamos que esses argumentos, apresentados pelo filósofo poeta latino, só são plenamente compreendidos se colocados num pano de fundo ético que caracteriza a filosofia epicurista, isto é, uma filosofia que busca a vida boa ou a paz da alma (animi pax). Nesse sentido, através da interpretação da filosofia helenística que faz o filósofo francês Pierre Hadot, a filosofia como um modo de vida específico para cada escola e corrente de pensamento da Antiguidade, refletimos sobre esse período histórico, no qual pertencia Lucrécio, e como o discurso filosófico sobre a defesa da mortalidade da alma parece se fundamentar e se relacionar com o modo de vida epicurista. Desse modo, é através do combate às duas principais perturbações que aterrorizam o ânimo (animus) dos seres humanos, a saber, o medo da morte e o medo dos deuses, que se tornaria possível a busca pela vida boa.