Sífilis em parturientes e recém-nascidos atendidos em um hospital universitário de Dourados-MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro, Anny Danyelly da Costa lattes
Orientador(a): Simionatto, Simone lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1071
Resumo: A sífilis continua a ser um importante problema de saúde pública, principalmente em gestantes, devido ao risco de transmissão para o feto e acometimento do sistema nervoso central, causando a neurossífilis. No intuito de auxiliar na implementação de estratégias para o controle desta enfermidade, foi realizado um estudo com o objetivo de analisar os fatores de riscos a casos de neurossífilis em recém-nascidos. Métodos. O estudo foi realizado de julho/2017 a dezembro/2017 em um hospital universitário de Dourados, localizado na região Centro-Oeste do Brasil. Foram selecionados recém-nascidos de gestantes com sífilis admitidas para o parto. Nesses recém-nascidos foram realizados os testes treponêmico e não-treponêmico, coleta de líquido cefalorraquidiano e radiografia de ossos longos. Foi definido como caso recém-nascidos com diagnóstico de neurossífilis (líquido cefalorraquidiano alterado) e como controles recém-nascidos com diagnóstico de sífilis congênita. Cada caso foi combinado aleatoriamente com 2 controles pareados. Resultados. Foram incluídos no estudo 21 casos de recém-nascidos com neurossífilis e 42 controles de recém-nascidos com sífilis congênita. Das gestantes, 95,2% (60/63) realizaram pré-natal, 60% (36/60) iniciaram no primeiro trimestre, 78,3% (47/60) fizeram o exame de VRDL, 74,6% (47/63) receberam o diagnóstico de sífilis durante o pré-natal e dessas 80,8% (38/47) foram tratadas com penicilina e 53,7% (22/41) tiveram seus parceiros tratados. Dos recém-nascidos, 50,8% (32/63) foram hospitalizados devido a complicações decorrentes da sífilis, como prematuridade e baixo peso ao nascer. Na análise univariada, a neurossífilis esteve associada a comportamentos de riscos da mãe, como uso de álcool, ter tatuagem, não realizar exames sorológicos para sífilis durante o pré-natal e parceiro sexual não tratado. Conclusões. Os resultados deste estudo demonstram que a cobertura pré-natal não é suficiente para garantir o controle da neurossífilis. A falha na prestação de serviços durante o pré-natal ocorre devido ao diagnóstico tardio da sífilis na gestante e o acompanhamento inadequado do parceiro sexual. Além disso, o tratamento da sífilis deve ser essencialmente priorizado pelos gestores de saúde, para que medidas de prevenção e controle mais eficazes estejam disponíveis às gestantes.