Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Perpetua, Guilherme Marini
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Orientador(a): |
Thomaz Junior, Antonio
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Banca de defesa: |
Moretti, Edvaldo Cesar
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Almeida, Rosemeire Aparecida de
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Geografia
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/192
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Resumo: |
A partir da segunda metade da década de 1990, o Município de Três Lagoas (MS) passou a esboçar os primeiros traços de um frenético e diversificado processo de industrialização, cujo carro-chefe são as fábricas de celulose (pertencentes às empresas Fibria Celulose e Eldorado Brasil), e, em menor grau, também de papel (da International Paper). Tal fenômeno se insere em um contexto mais abrangente de fortalecimento e expansão do chamado complexo florestal, e dentro dele, do setor de celulose e papel, no Brasil ao longo das últimas décadas. O objetivo desta dissertação é desvendar e compreender os principais traços das dinâmicas espaciais da mobilidade do capital e da força de trabalho, engendrados a partir da territorialização das corporações do setor de celulose e papel na Microrregião de Três Lagoas. A pesquisa teórico-documental e empírica revelou que subjacente à instalação das referidas plantas industriais e de suas bases de monocultivo na área de estudo estão, por um lado, a transformação estrutural da indústria papeleira mundial, e por outro, o movimento de interiorização da produção de celulose no Brasil. Ambos os movimentos são consequências diretas da lógica irrefreável da acumulação sempre ampliada do capital, dentro da qual a mobilidade espacial atua como um expediente absolutamente imprescindível. As explicações mais específicas sobre a escolha do Município de Três Lagoas para a localização dos empreendimentos passam, principalmente, pela presença de um conjunto de condicionantes-chaves neste lugar. Destaque especial deve ser dado ao protagonismo do Estado, em todos os níveis e esferas de governo, um agente absolutamente imprescindível da mobilidade do capital. A pesquisa permite constatar também que o advento da produção de celulose e papel na região estudada conduziu à ocorrência de um intenso fluxo migratório de trabalhadores empregados nas diversas atividades laborais envolvidas. Em função da heterogeneidade dos trabalhadores migrantes que compõem o fluxo, estabeleceu-se uma tipologia que os separa em três grupos: a) dos trabalhadores da construção civil e montagem; b) dos trabalhadores do plantio e manejo do eucalipto; c) dos trabalhadores da indústria. O processo migratório observado evidencia a intensa fragmentação da classe trabalhadora atual e o fenômeno da mobilidade espacial da força de trabalho, em sintonia com o caráter desigual e combinado da geografia capitalista, estando correlacionado com os elementos mais perversos da produção flexível apenas nos casos dos dois primeiros grupos, enquanto que, contraditoriamente, significa o oposto no terceiro. Ao final, conclui-se que a mobilidade espacial não é apenas uma consequência do funcionamento do sistema de metabolismo social do capital, mas sim, concomitantemente, um fator sine qua non para esse funcionamento, possuindo sentidos profundos e estruturais dentro dele. |