Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Zenatti, Francieli Aparecida
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Orientador(a): |
Camacho, Rodrigo Simão
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Banca de defesa: |
Silva, André Luis Freitas da
,
Maciel, Jeanne Mariel Brito de Moura
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação e Territorialidade
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Departamento: |
Faculdade Intercultural Indígena
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4759
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Resumo: |
A presente pesquisa de dissertação de mestrado teve como objetivo principal refletir acerca dos avanços e desafios da reprodução do campesinato no território do Assentamento de Reforma Agrária São Judas em sua multidimensionalidade material/imaterial. Foram analisadas as experiências produtivas dos camponeses, as relações de trabalho, as memórias, os saberes-fazeres, as lutas e as formas de resistências para se manter no campo com dignidade. No decorrer do texto consegue-se analisar a reprodução da agricultura camponesa no assentamento São Judas a partir das seguintes abordagens: foram registrados o processo de conquistado território, por meio de relatos dos assentados que participaram da luta; analisamos as formas de trabalho e produção dos camponeses; refletimos acerca de mecanismos de fortalecimento/resistência da agricultura camponesa na disputa territorial com o modelo agrário/agrícola do agronegócio; e observamos as práticas tradicionais dos guardiões de sementes. A luta pela terra levou à conquista do território do assentamento São Judas em março de 1999. Esse assentamento, recorte espacial da nossa pesquisa, está localizado no município de Rio Brilhante-MS. Sua conquista teve a ação protagonista dos movimentos socioterritoriais camponeses, sobretudo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que participou ativamente na organização do acampamento, das reuniões para tomadas de decisões e da negociação com o INCRA da área destinada. Refletimos sobre o modo de vida camponês e suas relações de produção e trabalho não capitalistas. Tendo como centralidade o trabalho familiar e a produção de alimentos para autoconsumo familiar e a venda do excedente. Essa lógica a difere do modelo agrário/agrícola do agronegócio cuja centralidade é a produção de monocultura, a concentração fundiária, a exploração do trabalho, os cultivares transgênicos e o uso de agrotóxicos. Enfatizamos na pesquisa, a produção camponesa dentro do assentamento. Os camponeses produzem para o autoconsumo e comercializam o excedente para gerar renda para suprir as necessidades de compra dos produtos que não se obtém diretamente da produção no lote. Além da produção principal, encontramos também uma diversidade de cultivares: hortaliças, árvores frutíferas e criação de animais para o consumo da família. Para finalizar, foi feito um debate sobre os saberes-fazeres camponeses, com considerações sobre a importância material e imaterial da prática dos guardiões de sementes. Verificou-se a importância da conservação de sementes crioulas, que está diretamente ligada ao modo de vida camponês, prática tradicional que vem sendo repassada de geração em geração. Cumprindo uma função material/econômica, de garantia de autoconsumo e renda obtida com a venda do excedente dos cultivares, e uma função imaterial/cultural, que trata da reprodução dos saberes-fazeres práticos engendrados pela experiência do campesinato. Também, colabora com a construção de agroecossistemas complexos/sustentáveis, resistindo aos transgênicos. |