Unidades de conservação e reforma agrária: o social e o ambiental no Parque Nacional da Serra da Bodoquena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ribeiro, Ângelo Franco do Nascimento lattes
Orientador(a): Moretti, Edvaldo Cesar lattes
Banca de defesa: Nunes, João Osvaldo Rodrigues lattes, Menegat, Alzira Salete lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/165
Resumo: O interesse por este tema surgiu com a intenção de conciliar a temática pesquisada na graduação e, principalmente, no trabalho de final de graduação, quando fizemos o uso de ferramentas de geoprocessamento para estudo de bacias hidrográficas. Optou-se por utilizar essas mesmas ferramentas para espacializar o processo de implantação de uma Unidade de Conservação e suas consequências para os grupos sociais residentes na área e entorno, com este objetivo definiu-se para estudo o Parque Nacional da Serra da Bodoquena e o Assentamento Canaã. A partir da temática e das discussões realizadas no grupo de pesquisas Território e Ambiente em que as discussões são relativas às transformações territoriais provocadas pelo turismo e implantação de unidades de conservação e seus conflitos. Este trabalho objetiva analisar a implantação do Parque Nacional da Serra da Bodoquena e as consequências sócioambientais para o Assentamento Rural Canaã, na perspectiva da análise da transformação do público em privado, considerando o uso do solo como elemento de análise geográfica. A área de estudo é o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, criado no ano de 2000, com uma área de 76.481 hectares, localizado no Planalto da Bodoquena, faixa de fronteira Brasil/Paraguai, e idealizado por meio de estudos técnicos realizados pelo IBAMA e por Universidades da região, que fundamentaram a decisão de proteger esta região, além disso também realizaram-se audiências públicas para ouvir a comunidade local. O Assentamento Rural Canaã foi criado na década de 1980, e os assentados receberam o título definitivo em 2002. Localiza-se no entorno do Parque, de forma que 34 lotes estão dentro do Parque, gerando diferentes práticas na área, o que promove o conflito entre assentados e a conservação ambiental. Os dois projetos (assentamento e parque) são políticas do Estado, sendo o Assentamento Canaã um projeto consolidado antes da criação do Parque Nacional. Durante a pesquisa, constatou-se dois pontos marcantes: de um lado o Assentamento Canaã do início da década de 1980, implantado em uma “reserva florestal”, pois na época a área era coberta por mata; de outro lado, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, criado no início dos anos 2000 carregado de contradição e disputas. Este impasse perdura até o momento, contado, aproximadamente, uma década de criação, e busca-se a separação dos assentados de seus lotes, ou seja, a fragmentação do homem e natureza, e acredita-se que dessa forma o Parque estará “protegido”.