As Notícias sobre os homicídios de indígenas em Mato Grosso do Sul: a cobertura nos jornais sul-mato-grossenses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva Junior, Oswaldo Rolim da lattes
Orientador(a): Campos, Marcelo da Silveira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Sociologia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1453
Resumo: Em Mato Grosso do Sul, a luta dos Guarani e Kaiowá por terras e pelo reconhecimento de seus direitos por um espaço próprio, os seus tekoha, dentro de um contexto de desigualdade na distribuição da área territorial do Estado, envolvendo, de forma direta, produtores rurais e comunidades indígenas, muitas vezes têm resultado nos homicídios de pessoas destas etnias. A divulgação dessas mortes nos veículos de comunicação de massa do Estado constitui uma fonte de informação e divulgação sobre elas. Analisar e explicitar como os assassinatos de indígenas são enquadrados nas notícias norteia o principal objetivo desta pesquisa. Para problematizarmos a questão dos homicídios, focaremos tal questão dentro de um quadro teórico do monopólio da violência física legítima pelo Estado, onde se verificam áreas em que há uma disputa pelo seu monopólio. Selecionamos quatro homicídios que nos ajudam a elucidar o conceito adotado: Dorvalino Rocha, Nísio Gomes, Simeão Fernandes Vilhalva e Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza. É a partir delas que iremos analisar como os jornais selecionados para o estudo enquadram tais homicídios, bem como seus desdobramentos e as conseqüências da disputa pelo monopólio. Usamos como suporte metodológico para análise das notícias a ideia de enquadramento (framing) de Erving Goffman. Na primeira parte do estudo, desenvolvemos o conceitual teórico e um pouco da história da perda de terras que os Guarani e Kaiowá sofreram. Em seguida, descrevemos os jornais selecionados, bem como o conceito de framing. Na última parte, analisamos os quatro homicídios escolhidos para a verificação das disputas em torno do monopólio estatal da violência física e os desdobramentos desta questão na atualidade. O enquadramento verificado em relação à disputa pelo monopólio nos revela o uso privado da violência por parte dos fazendeiros, que eliminam vidas, desrespeitam os direitos indígenas, usam armas de fogo, contratam empresas de segurança privada para assassinar indígenas e formam milícias.