Potencial de Trichospilus diatraeae (Hymenoptera: eulophidae) para o controle de Diatraea saccharalis (Lepidoptera: crambidae) em cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Vargas, Elizangela Leite lattes
Orientador(a): Pereira, Fabricio Fagundes lattes
Banca de defesa: Ávila, Crébio José lattes, Oliveira, Harley Nonato de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/806
Resumo: Trichospilus diatraeae Cherian & Margabandhu, 1942 (Hymenoptera: Eulophidae) é um parasitóide gregário, principalmente de pupas de Lepidoptera. O sucesso de um programa de controle biológico de Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae) utilizando T. diatraeae depende de estudos em laboratório e campo. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial de T. diatraeae para o controle de D. saccharalis em cana-de-açúcar. Esta pesquisa foi conduzida no Laboratório de Entomologia e na Fazenda Experimental da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Inicialmente, foi estudado o desenvolvimento de T. diatraeae, com diferentes números de fêmeas desse parasitóide em pupas de D. saccharalis. Para isso, pupas de D. saccharalis foram expostas ao parasitismo por fêmeas de T. diatraeae, nas densidades 1:1, 7:1, 14:1, 21:1, 28:1 e 35:1, parasitóide-hospedeiro, respectivamente. A porcentagem de parasitismo e emergência de T. diatraeae sobre pupas de D. saccharalis foi de 100%, respectivamente, em todas as densidades de fêmeas desse parasitóide. A duração do ciclo de T. diatraeae foi de 19,25 ± 0,22 dias na densidade de 1:1 e de 17,00 ± 0,00 dias na densidade de 35:1. A progênie por pupa variou de 106 ± 12,38 a 514,67 ± 54,55 descendentes por pupa, nas densidades de 1:1 e 35:1, respectivamente. A razão sexual diminuiu com o aumento da densidade, variando entre 0,97 ± 0,01 e 0,89 ± 0,01 nas densidades de 1:1 e 35:1, respectivamente. As porcentagens de parasitismo e emergência de T. diatraeae sobre pupas de D. saccharalis não foram influenciadas pelas densidades de fêmeas do parasitóide. As densidades de 14 a 21 fêmeas de T. diatraeae por pupa de D. saccharalis é a ideal para criação desse parasitóide em condições de laboratório. Posteriormente, foi avaliado o comportamento de parasitismo de T. diatraeae sobre pupas de D. saccharalis na presença de lagartas e fezes desse hospedeiro em colmos de cana-de-açúcar. Pupas de D. saccharalis foram introduzidas em colmos de cana-de-açúcar. Após a fixação das pupas, cada colmo foi colocado dentro de garrafas plásticas transparentes, nas quais foram liberadas 21 fêmeas de T. diatraeae. No tratamento em que se utilizou lagartas, foram feitos dois orifícios no colmo, em um introduziu-se a pupa e no outro a lagarta. Para o tratamento com fezes do hospedeiro, introduziu-se a pupa de D. saccharalis e posteriormente colocou-se fezes próximo ao orifício. T. diatraeae encontrou e parasitou pupas de D. saccharalis, introduzidas nos colmos de cana-de-açúcar. A porcentagem de parasitismo de T. diatraeae sobre pupas de D. saccharalis foi de 50%, 83,33% e 16,66% quando se utilizou apenas a pupa desse hospedeiro, pupa e lagarta, pupa e fezes, respectivamente. A presença de lagarta de D. saccharalis nos colmos favoreceu a localização da pupa desse lepidóptero pelo parasitóide, o que aumentou o percentual de parasitismo. No último estudo estimou-se o número de fêmeas de T. diatraeae para o controle de D. saccharalis em plantas de cana-deaçúcar. Em cada planta de cana foram selecionados três colmos, nos quais foi feito um orifício, para introduzir uma pupa de D. saccharalis. Após a fixação das pupas, cada planta de cana-de-açúcar foi envolvida, individualmente, por uma gaiola, sendo posteriormente liberadas, 84, 168, 336, 672, 1344 e 2688 fêmeas de T. diatraeae, representando proporções de 28, 56, 112, 224, 448 ou 896 parasitóides por pupa de D. saccharalis. T. diatraeae encontrou e parasitou as pupas de D. saccharalis distribuidas nas plantas de cana-de-açúcar. O número de pupas de D. saccharalis parasitadas por fêmeas de T. diatraeae apresentou acréscimo com o aumento da proporção de 28 para 56 e tendência de estabilidade nas demais proporções. A densidade de 56 fêmeas de T. diatraeae por pupa de D. saccharalis é a indicada para a liberação deste parasitóide em plantios comercias de cana-de-açúcar, considerando as condições metodológicas e ambientais que este trabalho foi desenvolvido.