Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Masuzaki, Teresa Itsumi
|
Orientador(a): |
Fabrini, João Edmilson
|
Banca de defesa: |
Mizusaki, Márcia Yukari
,
Mota, Juliana Grasiéli Bueno
,
Roos, Djoni
,
Lira, Elizeu Ribeiro
|
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Geografia
|
Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1289
|
Resumo: |
O processo de retomada dos territórios dos Avá-Guarani nos municípios de Guaíra e Terra Roxa, no Oeste do Paraná, é um tema ainda pouco explorado, mas que tem um grande apelo para a Geografia. Estudamos os fatos históricos, econômicos e sociais que levou a expulsão dos Avá-Guarani de suas terras de ocupação tradicional, destacando-se as suas relações com o agronegócio, assim como sua resistência e sua luta pela retomada da terra da qual foram expulsos no passado. É a terra onde viveram seus ancestrais, que lhes é garantida pela Constituição. A ausência de terra, de um território, para a sua reprodução social, os faz ainda mais dependentes dos programas assistenciais, das relações de consumo e interações desiguais com o agronegócio, dominante na região em estudo, assim como com o Estado. A luta dos Avá-Guarani pela retomada da terra nos municípios de Guaíra e Terra Roxa envolve inúmeros conflitos, um desses sobre o qual se pretende refletir, envolve de um lado, a lógica do modo de produção capitalista, pautada na mercadoria, na propriedade capitalista da terra e na acumulação de riqueza. De outro, a lógica de produção não capitalista dos Avá-Guarani, alicerçada no uso comum das suas terras, tendo como base a sua cultura e espiritualidade. Contudo, o avanço das frentes de ocupação não indígena sobre o território Avá-Guarani trouxe alguns impactos à sua organização produtiva coletiva, uma vez que ocasiona o distanciamento de seus costumes e tradições. Esse distanciamento levou os Avá-Guarani a inserir à sua organização produtiva algumas práticas que não são próprias de sua cultura, como a venda de sua força de trabalho e a transformação dos produtos do seu trabalho em valores de troca não capitalista. Neste sentido, entende-se que os Avá-Guarani produzem mercadorias, mas o seu modo de produção se diferencia dos parâmetros do modo de produção capitalista. Enquanto no capitalismo a produção tem como objetivo principal o lucro, a produção indígena tem como objetivo a sua reprodução física e espiritual. Analisamos o tema através de trabalhos de campo, visitas e entrevistas, abertas e estruturadas, além de pesquisas sobre as determinações governamentais, decisivas para a realidade conflituosa, de longa data e que ainda se apresenta neste momento. |