Ondas de calor e (des)conforto térmico em Dourados (MS) em 2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Steffanny Cristina Pereira lattes
Orientador(a): Silva, Charlei Aparecido da lattes
Banca de defesa: Porangaba, Gislene Figueiredo Ortiz lattes, Ugeda Júnior, José Carlos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4789
Resumo: Os estudos do clima em áreas urbanas têm se justificado por seu processo e expansão, cita-se ainda, tal condição como fator capaz de agravar impactos decorrentes de eventos extremos como secas, inundações e ondas de calor. Este trabalho objetivou a identificação e análise da ocorrência de extremos de temperatura – Ondas de Calor (OC) e o desconforto térmico em pontos de Dourados (MS), nos quais observou-se diferentes estruturas e condições socioeconômicas. Foram utilizados dados horários e diários coletados com equipamentos do tipo data loggers na área urbana e da Estação Meteorológica da Embrapa CPAO na área rural no período de março de 2020 a fevereiro de 2021. Os dados diários foram utilizados na metodologia de classificação de OC do Intergovernmental Panel Changes Climates (IPCC), que considera um período de cinco dias ou mais com temperatura máxima superior à média da temperatura máxima somados 5°C. A média de temperatura máxima na área de estudo foi de 29,40°C, acrescidos os 5°C indicados na metodologia, definiu-se o valor de limite 34,10°C. Foi levantado também o retrato das ocorrências de OC entre os anos de 1980 a 2019, observando a frequência e intensidade desses eventos na área de estudo. Enquanto que os dados horários serviram para cálculos da média diária e aplicação do Índice de Desconforto Térmico de Thom, adaptado por Gilles et al., (1990). Com esse verificou-se a existência e padrão de episódios de desconforto térmico durante a pesquisa. Os resultados identificaram 75 ondas de calor em todo o período e apontaram aumento na quantidade de ocorrências e na duração das OC. Observou-se o crescimento de 77,8% na ocorrência destes eventos quando o período foi dividido em dois momentos, de 1980 a 1999 e de 2001 a 2019. Quanto aos episódios de OC nos pontos amostrados no ano de 2020, observou-se que as áreas urbanas tiveram episódios mais intensos e de maior duração em relação ao ponto na área rural. Ainda sobre esta relação, estes pontos tiveram médias de temperatura mais elevada e umidade relativa do ar mais baixa. Essa diferença também foi observada nos resultados da aplicação do ID, visto, somente nos pontos da área urbana foram registradas classes de desconforto forte e perigoso. São vistas ainda diferenças entre os pontos. O ponto 1, localizado no centro e com variáveis de renda e maior arborização viária apresentou menor registro de classes de desconforto forte em relação aos pontos 2 e 3 localizados em conjuntos habitacionais na periferia da área de estudo. Por meio dos resultados apresentados busca-se justificar a necessidade de estudos futuros sobre os impactos deste tipo de evento na população, considerando os aspectos socioeconômicos na análise do desconforto térmico e dos riscos a ele associados. É consenso a vulnerabilidade relacionada a aspectos da saúde nos grupos de idosos e crianças quando expostos a estes episódios, todavia, carece de atenção as vulnerabilidades relacionadas a condições sociais e econômicas, visto que essa população possui dificuldades de acesso a aparatos de mitigação dos efeitos das altas temperaturas e residem, no caso de Dourados, em locais onde os efeitos destas variáveis climáticas mostram-se amplificados.