Tendências e ocorrências de episódios extremos climáticos em Presidente Prudente (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Gustavo Henrique Pereira da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257064
Resumo: Os extremos climáticos de temperatura e precipitação têm sido objeto de estudo por inúmeros pesquisadores em todo o mundo. Essas análises frequentemente utilizam técnicas estatísticas e integram aspectos socioambientais para oferecer projeções, avaliações e relações com os impactos que podem afetar diferentes setores da sociedade. O IPCC prevê em seu 6º relatório um aumento significativo na ocorrência de extremos de temperatura e de precipitação, projetando quatro vezes mais extremos climáticos até 2100. Essas questões são particularmente relevantes para as áreas urbanas, que não só concentram a maior parcela da população, mas também apresentam fatores geoambientais e urbanos que exacerbam os extremos e potencializam os efeitos do clima urbano, inserindo então esses espaços no centro das preocupações ambientais e na agenda climática. Com base nisso, o presente trabalho apresentou a hipótese de que há tendência de aumento na ocorrência de extremos climáticos de temperatura do ar e precipitação em Presidente Prudente (SP), e que na escala urbana, isso poderia estar associado às alterações no uso e ocupação da terra, bem como às alterações nas escalas superiores do clima. O objetivo geral foi avaliar a ocorrência de extremos climáticos, de modo a identificar os episódios mais intensos e suas possíveis repercussões na superfície em Presidente Prudente. A abordagem teórica e metodológica adotada foi o Sistema Clima Urbano, tendo em vista a produção do espaço e a interpretação de eventos/episódios extremos sob uma perspectiva geográfica do clima. Foram adquiridos 50 anos de dados meteorológicos de temperaturas máxima (TX) e mínima (TN) da estação meteorológica do INMET, abrangendo o período de 1971 a 2020, para a construção da série histórica. Os dados foram processados usando o aplicativo RHtests para verificar rupturas, e foram gerados 19 índices climáticos por meio do aplicativo ClimPACT, os quais foram submetidos aos testes de Mann-Kendall e Sen Slope. A análise dos índices indicou aumento na frequência de temperaturas máximas e mínimas elevadas ao longo do período de referência. Em relação à precipitação, embora os índices não tenham atingido significância estatística, apontaram para tendências de aumento na maioria das variáveis, o que corrobora a hipótese norteadora da pesquisa. Observou-se um aumento na veiculação de notícias sobre impactos climáticos a partir da década de 1990. No que diz respeito aos impactos pluviais, durante o recorte temporal de 2011 a 2020 e com base nos gráficos de análise rítmica, identificaram-se as frentes frias como o principal sistema atmosférico responsável pelos acumulados pluviométricos observados em extremos de chuva. Houve uma concentração de impactos na extensão do Parque do Povo e no setor norte da cidade, caracterizado por bairros populares e população com maiores índices de exclusão social. Destacou-se a importância das formas de comunicação empregadas pelos veículos de mídia, uma vez que a percepção e compreensão da natureza dos riscos, especialmente pelas populações mais afetadas, dependem da forma de apresentação e abordagem dessas informações. Espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para a proposição de medidas de adaptação ao ambiente urbano e para o avanço teórico e metodológico dos estudos de climatologia em cidades de médio porte em ambientes tropicais continentais.