Gentes negras da baixada: deslocamentos e geografias em uma cidade do agronegócio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Ariel Costa dos lattes
Orientador(a): Gottert, Jones Dari lattes
Banca de defesa: Ratts, Alecsandro José Prudêncio lattes, Scudder, Priscila de Oliveira Xavier lattes, Aguiar, Marcio Mucedula lattes, Mota, Juliana Grasiéli Bueno lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5440
Resumo: As cidades do agronegócio, formadas a partir da década de 1970 com a expansão da fronteira agrícola para o planalto central, são caracterizadas por um conjunto de transformações em seu território, além de serem compreendidas como cidades sulistas, dada a migração das gentes do sul do país. A presença das gentes de outras regiões é também marca destas cidades, contudo, muitas destas têm suas identidades apagadas, ou são inseridas em condições subalternizadas, pois além de serem atravessadas pela condição regional, são também atravessadas pela condição de raça e classe. Pontua-se que estas cidades são também marcadas pela formação de periferias, ou áreas distantes ao centro comercial, que se apresentam como uma fronteira naturalizada. Nesse contexto, o presente trabalho, escrito entre primeira e terceira pessoa, visou compreender a geografia das gentes negras de Campo Verde – Mato Grosso, trazendo a Baixada, que é uma construção social presente na vivência dos moradores, regimentando as gentes que residem de lado específico da cidade, como conceito estruturante. Para construção desta pesquisa, utilizando-se do pretuguês de Lélia Gonzalez, utilizamos como metodologia, as fontes orais, por entendermos que as estórias tinham também relação com o lugar e seus atravessamentos durante a pesquisa. A busca pelos sujeitos ocorreu através de uma cartografia das andanças na Baixada da cidade. Optamos, com exceção de alguns autores brancos no texto, por valorizar autores negros na escrita do trabalho, muitos dos quais não são aceitos dentro dos cânones, mas que construíram uma geografia nas Baixadas. O trabalho traz a Baixada como o local da experiência das gentes negras, vivenciada de forma diferente por homens e mulheres, como ponto de encontro e desencontro, de tensão e solidariedade. Traz também a condição da migração, que quando atrelada a condição racial, condiciona o lugar das gentes negras e nordestinas na cidade, apagando suas culturas e modos de vida. Por fim, concluímos que na cidade de Campo Verde, as gentes negras, na Baixada são afetadas pelo tanto pela necromemória, quanto pelo alterocídio, ocupando os locais invisíveis e os trabalhos subalternos, muitos dos quais, carecem minimamente de cidadania.