Biologia reprodutiva de Solanum lycocarpum (Solanaceae): relação recíproca com abelhas polinizadoras, formigas dispersoras de sementes e drosophilideos hospedeiros de frutos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Tavares, Paulo Roberto de Abreu lattes
Orientador(a): Alves Júnior, Valter Vieira lattes
Banca de defesa: Felix, Gisele Aparecida lattes, Polatto, Leandro Pereira lattes, Morais, Glaucia Almeida de lattes, Mussury, Rosilda Mara lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/491
Resumo: A polinização é um dos processos chave na manutenção da diversidade, abundância e atividades dos organismos. Dessa forma, trabalhos que englobam os mecanismos de polinização, sistemas sexuais e reprodutivos e a dispersão de sementes, fornecem informações essenciais para a compreensão das relações planta-animal. Levando em consideração essas informações os objetivos deste trabalho visaram estudar amplamente a biologia reprodutiva de Solanum lycocarpum, bem como analisar a morfologia floral da espécie; a interação das abelhas com as flores; testar a efetividade das diferentes espécies de polinizadores na formação dos frutos; a influência dos fatores abióticos na atividade de voo das abelhas visitantes, verificar o papel de formigas da espécie Atta laevigata na dispersão de suas sementes, a relação de drosofilídeos com os frutos dessa espécie e avaliar o papel de S. lycocarpum como fonte de recurso para a manutenção de abelhas em plantios agrícolas, pelo estudo fenológico qualitativo de uma população. As abelhas das espécies Centris scopipes e Epicharis flava foram as que mais contribuíram com o sucesso reprodutivo de S. lycocarpum uma vez que, respectivamente, 90% e 82,5% das flores visitadas uma única vez por elas resultaram em frutos. Verificou-se que S. lycocarpum é autoincompatível e necessita das abelhas visitantes para realizar a polinização, pois se reproduz apenas por xenogamia. Foram registrados 401 encontros agressivos, contemplando as diferentes interações agonísticas. Essas interações foram observadas apenas entre as espécies O. flavescens, E. fulvofasciata, Augochlora sp e Augochloropsis sp. Acredita-se que a possível redução da disponibilidade de recurso na área, causada pelo desmatamento do fragmento de floresta, pode ter contribuído para a intensificação da competição e conflitos entre as abelhas. A maioria dos forrageios das abelhas não foi influenciada significativamente pelos fatores ambientais avaliados. Portanto, sugere-se que a redução na frequência dos forrageios estaria relacionada também a redução da oferta de pólen nas flores de S. lycocarpum, em função da intensidade das atividades na sua busca pela manhã, desenvolvidos pelas abelhas. Atta laevigata agiram primariamente como predadoras, com poucas sementes descartadas, porém, suas ações podem interferir na regeneração da vegetação nativa, apresentando papel significativo na remoção das sementes de S. lycocarpum. A população de S. lycocarpum apresentou padrão de floração contínuo e quantitativamente uniforme. Tal padrão de florescimento permite considerar a espécie como excelente fonte de recurso para a guilda de abelhas polinizadoras. Os frutos dessa espécie são um importante hospedeiro para drosofilídeos, sendo que as espécies encontradas, mesmo sendo consideradas exóticas, representam um relevante registro para região de transição Cerrado-Mata Atlântica, para o Estado do Mato Grosso do Sul.